*POR NATÁLIA FRIGHETTO
Enóloga e sommelière da Casa Destemperados
natalia.frighetto@zerohora.com.br
Sabe aquele cheirinho de uva que sentimos quando entramos no mercado? Ele vem das chamadas uvas comuns – da família Vitis Lambrusca –, fruta com bastante apelo comercial e importância no cultivo do Estado. Ela é facilmente encontrada em época de safra e produz excelentes vinhos e sucos de uva.
Com tamanho médio, bagas grandes e macias, as uvas comuns têm como característica soltar a cda polpa, são aquelas perfeitas para comer in natura, embaixo do parreiral, por apresentarem baixa acidez e bastante doçura.
Niágara Rosa é a variedade americana mais procurada no mercado, já a Isabel, a Bordô e a Concord são as mais utilizadas pela indústria para fazer suco de uva integral e natural. Há ainda os vinhos coloniais, que geralmente apresentam baixo teor de álcool (de 10% a 12%), aroma característico da fruta e facilidade em beber. Na vinificação, esses vinhos são considerados de mesa, e são muito encontrados e consumidos nos filós italianos e nas festas de interior. Não há combinação melhor para o combo sopa de capeletti, salame, queijo e polenta. Tomamos uma taça depois da outra e nem sentimos.
Cai bem também com a clássica sequência de cuca e grostolli - dar aquela mergulhada do grostolli no copo de vinho é um luxo do interior. Na época de junho, quando as festas e os arraiais chegam, é comum utilizarmos as uvas americanas para preparar o famoso quentão. Não existe opção melhor de vinho para levar ao fogo. Há quem ainda acrescente cachaça para aumentar o teor alcoólico. Mas a verdade é que um vinho de mesa bem quente, com um pouco de açúcar, desbanca qualquer barraquinha de festa junina.
CURIOSIDADES
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As uvas ideais para fazer quentão
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