
A minissérie Senna, lançada pela Netflix no final do mês passado, fez com que os brasileiros vivessem seis episódios de nostalgia, ao rever o eterno Ayrton de volta às pistas — encarnado por um competente Gabriel Leone na ficcionalização dos fatos.
Mas, além de poder rever estes momentos de glória do mais aclamado dos pilotos brasileiros de Fórmula 1, o público ainda teve a oportunidade de relembrar marcas que foram muito famosas nos anos 1980 e 1990, que estampavam os carros de corrida.
Marcas que aparecem em "Senna"
Algumas delas, seguem existindo até hoje, mas outras foram incorporadas por empresas ou simplesmente deixaram de existir. Abaixo, Zero Hora conta o destino das marcas mais icônicas que reapareceram na minissérie da Netflix e que fizeram parte da trajetória de Ayrton Senna.
Banco Nacional
Provavelmente, a mais emblemática delas. Quem não se lembra do boné azul usado por Senna com o Nacional estampado juntamente com o logo do banco? Até hoje, a peça é um sucesso de vendas no site oficial da marca de Senna — e pode ser adquirida por R$ 149,90.
Mas voltando ao banco em si, o Nacional foi fundado em 1944, em Minas Gerais, pelos irmãos Waldomiro e José de Magalhães Pinto. Ganhou notoriedade por associar a marca com o Jornal Nacional, patrocinando-o em sua estreia, em 1969. Depois, passou a investir em esportes.
Em 1984, pouco depois da estreia de Senna na Fórmula 1, o Banco Nacional passou a patrocinar o piloto, tornando-se um case de sucesso do marketing esportivo. Com isso, a marca passou a ser bem quista por todo o país. O contrato entre Ayrton e a instituição financeira seguiu até a morte do atleta, em 1994.
No ano seguinte, porém, o Banco Nacional acabou falindo, acusado de fazer uma "contabilidade fictícia" para tentar maquiar os problemas. Os ativos da empresa, que deixou de existir, foram adquiridos pelo Unibanco — hoje, Itaú — e os passivos ficaram para o Banco Central.

Marlboro
Sim, há poucas décadas, era normal uma marca de cigarro estampando o capacete e o carro de um herói nacional. Hoje em dia, com as leis antitabagismo, este tipo de publicidade deixou de existir.
A Marlboro ficou muito vinculada a Senna durante a sua passagem pela McLaren, entre os anos de 1988 e 1993. O nome do cigarro tinha grande destaque tanto no aerofólio quanto na lateral do carro — e ainda aparecia no macacão do piloto.
Criada em 1924, pela Philip Morris — atualmente, com nome de Altria —, a Marlboro segue existindo e completou o seu centenário. É uma das marcas de cigarro mais vendidas do mundo.

John Player Special
O preto com dourado que chamava atenção nas pistas, para o público brasileiro, ganhou ainda mais evidência quando Ayrton Senna, em 1985, conquistou sua primeira vitória na F1. E o carro era o Lotus com o John Player Special (JPS) estampado na lateral e no aerofólio.
A empresa, que segue existindo, também é uma companhia fabricante de tabaco e cigarros, com sede em Nottingham, na Inglaterra. A JPS foi criada em 1820 e, atualmente, é parte da Imperial Tobacco Group.
A JPS esteve na F1 por mais de 20 anos e, apesar de possivelmente ser desconhecida por parte do público mais jovem no Brasil, segue distribuindo cigarros para grande parte da Europa.

Rothmans
Mais uma da era dos cigarros na F1 que ficou marcada na memória dos brasileiros — infelizmente, também de maneira negativa. Em 1994, a Rothmans passou a patrocinar os carros da Williams, para onde Senna foi, após seis temporadas na McLaren. Neste mesmo ano, em maio, o brasileiro morreu.
A marca de cigarros britânica foi fundada em 1890, por Louis Rothman, e investiu em diversas modalidades esportivas, conquistando importantes vitórias. A Rothmans segue existindo e, em 1999, foi adquirida pela British American Tobacco e o cigarro é vendido no Brasil.
Segafredo
Empresa italiana de torrefação de café, a Segafredo entrou no mundo da Fórmula 1 em 1984 e, além de patrocinar a McLaren, também passou a investir em Ayrton Senna, logo na estreia do brasileiro, que defendia a extinta equipe Toleman.
A marca italiana, que pertence ao grupo Massimo Zanetti Beverage, ainda patrocinou Senna durante a sua última temporada na F1, em 1994. Em 2024, a empresa retornou ao automobilismo, colocando a sua marca novamente na McLaren.
Olympus
Também presente na primeira vitória de Senna na F1, ao lado da JPS, estampando a carroceria da Lotus, a Olympus era uma fabricante de câmeras — desejos de consumo em uma época anterior aos smartphones.
Em 2020, a marca japonesa anunciou a saída do mercado da fotografia. Assim, a Olympus transferiu o controle do setor de imagem para outra companhia: o fundo de investimento Japan Industrial Partners (JIP). O setor de câmeras agora se chama NewCo.
A Olympus trabalhava com fotografia desde 1936. E, desde a venda de seu departamento de imagem, passou a focar em equipamentos médicos, seu braço mais forte.

Candy
Fabricante italiana de eletrodomésticos, foi criada em 1945. Entre 1979 e 1982, patrocinava a equipe Tyrrell. Mais tarde, em 1981, 1983 e 1984, esteve presente nos carros da Toleman.
O nome Candy, então, associou-se com Ayrton Senna, que fazia a sua estreia na F1. A empresa segue em atividade, com seu foco em vendas no mercado europeu.
Tag Heuer
A tradicional companhia suíça de relógios foi fundada no século 19. Ao longo dos anos, após o surgimento da F1, aproximou-se da modalidade — inclusive, chegando a fazer a cronometragem oficial da competição por algumas temporadas.
A empresa patrocinou a McLaren e Ayrton Senna — e, até hoje, vende edições especiais de seus relógios com o nome do piloto brasileiro. Também foi uma grande apoiadora da série da Netflix.
Hugo Boss
O nome da empresa marcou o carro, o macacão e o capacete de Senna enquanto este esteve na McLaren. A tradicional companhia alemã foi fundada em 1924 e obteve grande êxito no ramo têxtil. Após, expandiu a sua marca para a produção de óculos, relógios, perfumes e outros tantos produtos de luxo. Até hoje, é referência.

Shell
A petrolífera britânica foi fundada em 1907 e se faz presente no mundo da F1. A empresa foi grande parceira de Senna e, em 2024, firmou uma nova colaboração com a marca do saudoso piloto — que está sob cuidados de sua família: o lançamento do Novo Shell V-Power Etanol, biocombustível aditivado.
Antes da F1
Banerj
Antes mesmo de Ayrton Senna chegar à Fórmula 1, o Banco Nacional do Rio de Janeiro, o Banerj, já estampava o capacete e o carro do piloto na Fórmula Ford e na F3 Britânica.
Fundada em 1945, a instituição financeira estadual foi vendida em 1997 para o Itaú, com todas as suas agências mudando de nome. O Banerj encerrou as suas atividades oficialmente em 2004.

Pool Jeans
Na Fórmula 3 Britânica, no começo dos anos 1980, Senna ainda levou em seu macacão para a marca de jeans Pool, sendo o seu primeiro garoto-propaganda. A grife foi criada pelas Lojas Riachuelo, em 1983, e existe até hoje.
Estrela
A marca brasileira de brinquedos Estrela patrocinava Senna ainda na época da F3 Britânica. E, juntamente, foi lançado um autorama com o piloto. A empresa foi fundada por Siegfried Adler, em São Paulo. Até hoje, é referência no setor infantil.