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Fecham-se as porteiras da fazenda Jequitibá-Rei. O último capítulo de Renascer vai ao ar nesta sexta-feira (6) à noite sem surpresas, mas promete fortes emoções.
A cena emblemática da morte de José Inocêncio (Marcos Palmeira) seguirá a mesma da primeira versão. Debilitado e deprimido após os tiros que levou de Egídio (Vladimir Brichta), a situação do coronel fica ainda pior quando ele sofre um acidente na fazenda, cai da cadeira de rodas e é atingido por uma tempestade.
Já à beira da morte, Inocêncio finalmente pede perdão a João Pedro (Juan Paiva) e diz que ama o filho caçula. Por fim, o patriarca dá o último suspiro e se reencontra com a amada Maria Santa (Duda Santos).
A primeira fase de Renascer foi quase uma novela à parte. Humberto Carrão apresentou um José Inocêncio forte e intenso, baqueado pelo amor assim que conheceu Santinha, vivida pela talentosíssima Duda Santos.
Os primeiros capítulos também presentearam o público com as atuações de Belize Pombal (Quitéria), Antonio Calloni (Belarmino), Fábio Lago (Venâncio) e Enrique Diaz (Firmino). Acertadamente, a primeira fase ficou no ar pelo dobro de tempo da versão original.
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O elenco de Renascer foi um show à parte. Marcos Palmeira se mostrou a escolha acertada para viver o amargurado coronel, um personagem tão amado quanto odiado, tamanhas as nuances de José Inocêncio.
Entre os filhos do protagonista, João Pedro teve o maior destaque, muito por conta da potente atuação de Juan Paiva, que formou um belo par com Giullia Buscacio, a Sandra.
Entre os coadjuvantes, Camila Morgado (Dona Patroa/Iolanda), Vladimir Brichta, Almir Sater (Rachid) e Edvana Carvalho (Inácia) brilharam.
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A saga de Tião Galinha emocionou o público, confirmando o talento de Irandhir Santos, um monstro da atuação, que nunca erra em seus trabalhos. A dobradinha com a ótima Alice Carvalho, intérprete de Joana, imprimiu tipos tão realistas e brasileiros que era impossível não se identificar.
O sucesso foi tanto que Tião escapou da morte – destino do personagem na primeira versão – e deve ganhar um final inédito.
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Seja pelo sucesso estrondoso da primeira fase, seja pela mudança quase total do elenco, a passagem de tempo decepcionou um pouco os telespectadores.
Pesou ainda o "luto" pela morte de Maria Santa, personagem tão querida pelo público. A qualidade da trama seguiu impecável, faltou mesmo foi a simpatia por alguns personagens. Tirando João Pedro, os outros filhos de José Inocêncio tinham poucas qualidades, e mesmo o patriarca desagradou por sua postura fria e ranzinza.
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Em novelas longas, é impossível escapar da famosa "barriga" – período em que nada acontece. Se na primeira fase, o ritmo foi vertiginoso, a partir do segundo mês no ar Renascer sofreu com muita enrolação e pouca ação.
O divórcio de Eliana (Sophie Charlotte) e José Venâncio (Rodrigo Simas) andou em círculos, mesmo depois da morte do rapaz. O marasmo também atingiu a história de Teca (Lívia Silva), com uma gravidez que pareceu durar uns 12 meses.
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Alguns personagens parecem sofrer de uma certa "maldição". É o caso de Mariana, que em 1993 deu muito trabalho para Adriana Esteves, que sofreu com críticas e chegou a enfrentar uma depressão após a novela.
Atualmente vivida por Theresa Fonseca, a personagem também foi controversa e ganhou o simbólico título de "mais insuportável da novela". Vale ressaltar que nos dois casos, a culpa não foi das atrizes, pelo contrário. O fato é que Mariana nunca disse muito bem a que veio, passou de vingativa a mulher apaixonada em poucos capítulos, e termina a trama como uma espécie de "heroína", já que deu fim ao Coronel Egídio.
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