O labirinto é uma alegoria da condição humana, que nasce em tempos nômades e chega aos dias atuais. É um mistério a persistência dessa figura através dos milênios como expressão da vida e da morte. Logo, no século 21, segue essa figura enigmática sendo essencial para se entender quem somos. Zygmunt Bauman, em seu mais importante livro, Modernidade Líquida, escreveu sobre o muito que já foi feito pelos homens para tornar transparentes as paredes dos labirintos. Iluminaram as passagens tortuosas, diminuíram os corredores, escreveram guias de instruções para evitar as encruzilhadas, tentaram até derrubar suas paredes. Descobriu-se, ao final, que os labirintos continuam firmes, talvez mais traiçoeiros e confusos. O labirinto segue sendo um espaço opaco no qual o azar e a surpresa mandam e a razão pura fracassa.
Proa
Abrão Slavutzky: "É preciso pensar labirinto"
Enigmática alegoria da condição humana, o labirinto chegou a representar, para muitos povos, a rota seguida pela alma. Hoje e cada vez mais é necessário entender essa condição e saber enfrentá-la, aprendendo a conviver com os problemas e as incertezas da vida
Abrão Slavutzky