Caetano Veloso foi, Elis Regina também. Tom Jobim, Jorge Ben Jor e até Roberto Carlos, todos foram. Era difícil ser uma estrela em ascensão da música brasileira sem ser vaiada na era dos festivais, que coincidiu com os tempos de céu nublado da ditadura militar. Embora a vaia, em sua longa e famigerada história, tenha servido a diferentes propósitos, nos anos de chumbo materializou um fenômeno específico: o protesto do público dos festivais, majoritariamente universitário, contra canções consideradas alienadas da realidade do país. Sempre velada para não atrair a tesoura da censura, a crítica política presente nas letras das favoritas da plateia proporcionava raros momentos de liberdade de expressão.
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Cinco vaias históricas: músicos gaúchos relembram shows marcados pela rejeição do público
Ruidosa desaprovação a artistas como Jerônimo Jardim e Vitor Ramil não se limitou aos apupos: em mais de um caso, houve arremesso de latinhas e garrafas ao palco
Alexandre Lucchese
Fábio Prikladnicki
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