
A previsão de que o Capitólio seria inaugurado neste mês de novembro foi novamente adiada. O coordenador do segmento de cinema da Secretaria de Cultura, Marcus Mello, diz que o prédio não será aberto a público, porque ainda aguarda liberação dos Bombeiros. A reforma já está pronta e o espaço mobiliado, mas passa por adequações do Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI) desde agosto. Na última vistoria, em vez de ser liberado, os Bombeiros pediram mais adequações, como uma escada de emergência na fachada do prédio, sinalização interna, mangueira e troca de extintores. O prédio tinha um PPCI aprovado, tinha extintores novos, mas que venceram neste período de adaptação a nova lei, conforme o coordenador da prefeitura.
" A gente está numa lista de outros prédios que estão na mesma situação. Hoje, tem essa nova lei do PPCI com uma série de exigências e essa é uma das coisas que está impedindo a abertura do Capitólio. A gente ainda não desistiu. Acreditamos que há tempo hábil pra abrir esse ano, mas não depende de nós", explica Mello.
A entrega dos projetores 35mm também está atrasada. Os equipamentos serão doados pelo GNC, porém o grupo só vai repassar os equipamentos quando receber novos projetores digitais encomendados, segundo explica o coordenador de cinema da Secretaria da Cultura. É a sétima vez que a abertura do espaço é adiada. As obras iniciaram em 2004.
Se depender dos Bombeiros, Capitólio abre até o final do ano
Quase um ano após a nova Lei de Prevenção Contra Incêndio ser aprovada na Assembleia, dúvidas ainda contribuem para tornar o processo de aprovação do PPCI ainda mais demorado. De acordo com o tenente-coronel Adriano Krukoski, comandante dos Bombeiros em Porto Alegre, se estiver tudo certo no projeto, a liberação dos Bombeiros leva pelo menos cinco meses. O problema é que raramente está tudo certo. Além disso, triplicou o número de projetos que chegam para análise dos Bombeiros.
"Nos preocupa realmente a demora, mais de análise do que a vistoria", admite.
Segundo Krukoski, é preciso uma mudança de mentalidade. Uma vez se costumava pedir todas as licenças de construção antes e o alvará dos Bombeiros era encaminhado por último. Agora, ele recomenda que a primeira ação seja o encaminhamento do PPCI. Se a obra mudar, é preciso também adaptar o PPCI.
No caso específico do Capitólio, Krukoski ressalta que o prédio está em obras há cerca de uma década e só em maio deste ano o PPCI entrou para análise dos Bombeiros. Por ser um prédio histórico e na região Central, ele foi colocado na lista de prioridades da Copa, mas as recomendações feitas foram executadas de forma errada. O pedido para adequar a saída, por exemplo, só retornou para os Bombeiros no dia 12 de novembro, conforme o comandante.
"Se depender de nós, até o final do ano, o Capitólio vai estar aberto", promete.
O comandante dos Bombeiros acrescenta que as exigências são rigorosas e que estão sendo realizadas reuniões com entidades da sociedade civil para esclarecer todas as dúvidas e tornar o processo mais ágil. Além disso, Krukoski conta, para os próximos meses, com formaturas para ampliar efetivo, previsão de instalação de novo sistema de software e, a partir de 1º de janeiro, de administração própria com a separação dos Bombeiros da Brigada Militar.