
Acusado de tráfico sexual e outros diversos crimes, Sean "Diddy Combs" teve negado o pedido para adiar seu julgamento em dois meses. A decisão foi anunciada na sexta-feira (18) pelo juiz de instrução federal que atua no caso, que sustentou a negativa argumentando que o rapper tem tempo para se preparar para o julgamento.
O juiz Arun Subramanian determinou que o julgamento de Combs, de 55 anos, acusado por várias mulheres de tráfico e exploração sexual, comece em 5 de maio, conforme previsto. Espera-se que vá durar entre oito e dez semanas.
Na segunda-feira (14), o rapper se declarou inocente de duas novas acusações: uma nova de tráfico sexual e outra de transporte para exercer a prostituição.
O magnata da música nega todas as acusações feitas contra ele até agora e insiste em que qualquer ato sexual foi consentido, e assentiu com a cabeça erguida quando o juiz lembrou à sala, nesta sexta, que Combs é inocente até que sua culpa seja demonstrada.
— Não está claro porque (...) não há tempo suficiente, especialmente levando em conta os quatro escritórios advocatícios que o Sr. Combs tem agora representando-o — disse o juiz, em vista prévia no Tribunal Federal do Distrito Sul de Manhattan.
O principal advogado de Combs, Marc Agnifilo, tinha pedido uma prorrogação para examinar novas provas.
— A nova conduta (denunciada) não é nova — respondeu o juiz.
Relembre o caso
Início do processo
O caso Diddy teve início em novembro de 2023, quando sua ex-namorada Cassandra Ventura, que se relacionou com ele entre 2007 e 2018, entrou com processo contra o rapper por agressão sexual, agressão física e tráfico sexual.
Após as declarações de Cassie, outras vítimas vieram a público. A lista de denunciantes inclui pessoas que seriam menores de idade na época dos crimes.
Em março de 2024, o Departamento de Investigações de Segurança Nacional (Homeland Security Investigations em inglês) realizou buscas na mansão do rapper em Los Angeles. Foram encontrados vídeos de abusos sexuais cometidos durante as festas do músico.
Já em maio, imagens nas quais o empresário aparece agredindo Cassie foram divulgadas na internet. Na época, Combs se pronunciou sobre o caso em uma declaração no Instagram.
— Assumo total responsabilidade por minhas ações naquele vídeo. Fiquei enojado quando fiz isso. Estou enojado agora — afirmou o rapper no vídeo publicado em seu perfil, que foi apagado posteriormente.
Prisão e repercussões
Diddy foi preso em 16 de setembro e levado para o Centro de Detenção Metropolitano do Brooklyn, sob as acusações de agressão, extorsão, coerção, estupro, tráfico sexual e transporte para prostituição.
Desde então, informações sobre as festas promovidas pelo cantor se tornaram públicas. Os eventos, conhecidos como freak-offs, foram descritos pelo ministério público dos Estados Unidos como "maratonas sexuais".
Após a prisão de Combs, o advogado de parte das vítimas, Tony Buzbee organizou uma linha direta para receber denúncias contra o empresário. Segundo ele, o número recebeu 12 mil ligações em 24 horas.