Na primeira vez que o Metronomy veio a Porto Alegre, em 2011, a banda inglesa vivia um apogeu embalado pelo seu terceiro disco, The English Riviera, dos hits The Look e The Bay. Utilizando o futebol como alegoria, era como se o grupo de rock eletrônico estivesse passando por um momento similar ao de Renato Portaluppi no Grêmio de 1983: jovem promissor conquistando o mundo, empolgante em momentos decisivos.
O Metronomy que volta à capital gaúcha para se apresentar no Opinião, nesta sexta-feira (13), está mais para o Renato do Fluminense de 1995: um veterano que passou por altos e baixos depois que saiu do tricolor gaúcho, sem o mesmo vigor de outrora, mas que ainda podia ter lapsos de brilhantismo — vide o gol de barriga contra o Flamengo no Campeonato Carioca daquele ano, que deu o título ao Flu.
A banda retorna ao Estado com o repertório do álbum lançado em setembro, Metronomy Forever, um, digamos, gol de barriga.
Em conversa por telefone com GaúchaZH, Joseph Mount (vocal, guitarra e teclado) relembrou o show que o Metronomy realizou em Porto Alegre, em 2011:
— Foi uma turnê louca, com apresentações quase todos os dias. Estávamos exaustos. O show aí foi maravilhoso, mas tínhamos que pegar um voo às 5h do dia seguinte. Nem pudemos aproveitar muito, mas tivemos bons momentos, de qualquer maneira — recorda Mount, que tem como parceiros de banda Anna Prior (bateria e vocal), Oscar Cash (saxofone, vocal de apoio, guitarra e teclado), Gbenga Adelekan (baixo e vocal) e Michael Lovett (teclado e violão).
Para o show desta sexta, o líder do Metronomy promete tocar tudo o que o seu público quer ouvir, além das músicas do disco novo.
— Vamos tocar o máximo possível até que alguém venha nos parar (risos) — diverte-se.
Influências
Em seu sexto disco, Metronomy Foreverer, a banda apresenta 17 faixas calcadas em sintetizadores, baixo funk e guitarras ora oníricas, ora cheias de groove. Trata-se de um liquidificador de tudo aquilo que o grupo apresentou desde sua fundação, há 20 anos: a faceta dançante (Insecurity e Salted Caramel Ice Cream), o indie pop (Wedding Bells e Whitsand Bay) e faixas atmosféricas e experimentais (Driving e Wedding). Por outro lado, Upset My Girlfriend apresenta um lado acústico e melancólico.
Segundo Mount, ele ouviu bastante música pop enquanto trabalhava na produção do álbum Honey, da cantora Robyn. Consequentemente, esse trabalho influenciou bastante Metronomy Forever, afinal, Mount estava envolvido no processo de composição de dois discos ao mesmo tempo. No entanto, o músico conta que teve uma crise de autoconfiança com as canções que escrevia para sua banda.
— Houve um momento em que precisei descobrir com que finalidade estava fazendo minha música, pois não me sentia tão confiante. Precisei recuperar a confiança em mim mesmo, perceber que tipo de sonoridade me divertiria. Foi uma montanha-russa interessante que vivi — lembra.
No começo de 2019, o Metronomy relançou o seu segundo disco, Night Outs (2008). Segundo Mount, foi o trabalho que mudou a vida da banda.
— É bastante significativo que tenham se passado 10 anos e nós ainda estejamos aqui. É como se o Metronomy daquela época fosse uma criança e, hoje, um adolescente. É como se fosse um casamento que está durando bastante tempo.
Metronomy
- Sexta-feira (13), às 21h30min.
- Opinião (Rua José do Patrocínio, 834). Abertura da casa às 20h.
- Ingressos: 140 (meia-entrada), R$ 150 (solidário, mediante entrega de 1kg de alimento não perecível) e R$ 280 (inteiro).
- Pontos de venda: bilheteria oficial (sem taxa de conveniência): Loja Verse (Rua dos Andradas, 1.444, Galeria Chaves, loja 6, Centro Histórico), das 9h às 19h. Pela internet (com taxa de conveniência) em ticketload.com.