Reunindo cerca de 8 mil discos, a Feira de Vinil do Mercado Público de Porto Alegre começou nesta segunda-feira (22) e vai até o próximo sábado (27), das 9h às 19h. É possível encontrar novidades, clássicos e raridades garimpando pelos expositores – com diferentes faixas de preços — no evento que ocorre sempre na última semana do mês no térreo do mercado.
Por exemplo, na banca do expositor Fernando Marchioni, os preços dos LPs variam entre R$ 20 e R$ 250. Porém, com as raridades, o preço aumenta, chegando a R$ 800, caso do disco Antonio Adolfo e a Brazuca (1971). Segundo trabalho do pianista com o grupo, o álbum transita entre uma MPB psicodélica e o soul com primor.
– É uma raridade, de prensagem curta. Teve poucos discos fabricados, então pega esse preço – justifica Marchioni.
Há um ano expondo seus vinis na feira, ele conta que o público consumidor de LPs é variado, indo dos 15 aos 80 anos. Entre os mais pedidos está o rock internacional – The Wall (1979) e Dark Side of the Moon (1973), ambos do Pink Floyd; Led Zeppelin IV (1971); e The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars (1972), de David Bowie – e o rock gaúcho, especialmente obras das bandas TNT e Cascavelletes. O primeiro disco de Chico Buarque, intitulado Chico Buarque de Hollanda (1966), é bastante procurado também, mas por um motivo mais específico.
– O pessoal pede bastante por esse LP por causa do meme da capa, Chico feliz e triste – explica Marchioni.
Punk em alta
Na banca de José Antônio Pinto Marques, o rock também está em alta:
– O pessoal roqueiro é fantástico. É o público que mais leva vinis aqui. Estão sempre à procura de Beatles, Led, The Who etc.
O lado mais agressivo do rock ganha destaque na banca. Entre seus discos expostos, a compilação Grito Suburbano (1982) – que reúne Cólera, Inocentes e Olho Seco, bandas seminais do punk paulista – é a obra mais rara, custando R$ 250. Um LP da Detrito Federal, banda punk formada nos anos 1980 em Brasília, custa R$ 80.
Um disco de punk rock também é uma das principais raridades da banca de Tiago Ramalho. O bootleg (gravação que é lançada de maneira não-oficial) Anarchy in the UK!, um ao vivo da banda inglesa Sex Pistols, custa R$ 250. Na mesma banca, há ainda fitas K7, que variam de R$ 10 a R$ 30, e CDs. Aliás, os formatos de mídias mais antigos costumam atiçar a curiosidade nos pequenos.
– Pais e mães, que vêm à feira com seus filhos, costumam explicar sempre do mesmo jeito para as crianças o que é vinil: "Isso aqui era o CD da nossa época" – relata Tiago.