O Planeta Atlântida abriu sua 24ª edição na noite desta sexta-feira (1º) com muita empolgação, clássicos planetários, hits do pop, do pagode e da música eletrônica. Mais de 40 mil pessoas passaram pela Saba, em Xangri-Lá, para cantar e dançar com as estrelas da noite por quase 10 horas. Confira os destaques do primeiro dia do festival.
Nem a chuva estragou o clima da festa
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O temporal que caiu sobre o Litoral Norte nesta sexta não foi forte o suficiente para estragar o ânimo dos planetários, que bem antes da abertura dos portões já faziam fila para entrar. A brusca mudança de tempo mudou o cenário do céu azul celeste para o tempo fechado em cinza escuro em questão de minutos.
A tempestade elétrica assustou alguns, mas teve gente que saiu de casa preparado: caso da estudante de Administração Gabriela Fraga, 33 anos, e o programador Rodrigo Fraga, 34 anos, de Viamão, que levaram sacos de guardar legumes para proteger documentos e celulares.
Reggae "good vibes "
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Mesmo sem trégua na chuva, Vitor Kley abriu sua primeira apresentação no palco principal do Planeta com seu maior sucesso, que, por conta da ocasião, acabou virando uma prece: "Ô Sol / Vê se não esquece e me ilumina / Preciso de você aqui". Natural de Porto Alegre, o cantor de 24 anos iniciou seu show com o hit que estourou no final de 2017 e se tornou um dos sucessos do verão de 2018.
— Bah, tchê, é bom se sentir em casa — comentou.
No repertório da apresentação teve espaço para covers de Ela Vai Voltar, do Charlie Brown Jr., e Rockstar, do Post Malone - essa com direito a parada e um recomeço. Na sua versão de Deixa, ele contou com a participação de Pedro Calais, do grupo Lagum, autor da canção.
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As “good vibes” seguiram depois do show de Vitor Kley quando Armandinho subiu ao palco. O Planeta transformou-se em uma grande veneração ao reggae assim que ele iniciou sua apresentação aos pulos e cantando o refrão de Toca Uma Regueira Aí?. Acompanhado de Fabão, co-autor do hit que também participou do primeiro DVD do artista em 2006, o gaúcho abriu o terceiro show desta sexta-feira às 20h30min.
O setlist visitou diferentes fases de Armandinho, que fez sua décima terceira participação no Planeta. Casinha, Pescador (com direito a muitas palmas dos planetários), Outra Vida e Outra Noite Que Se Vai também foram lembradas no setlist. O ponto alto do show foi quando o músico cantou Versos Simples. No meio do primeiro refrão, Tati Portella, ex-vocalista da Chimarruts, entrou no palco em um vestido branco. Os dois empolgaram os planetários e se abraçaram ao fim da canção.
- Paz, sabedoria, esse é o nosso ano. Muito obrigado, na minha casa, ficamos muito feliz! - agradeceu Armandinho, dando um beijo no rosto de Tati.
Funk ganhou espaço próprio
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Uma das novidades deste ano no Planeta Atlântida foi o palco Funk 92, que atraiu centenas de jovens planetários dispostos a enfrentar o lamaçal deixado pela chuva para rebolar até o chão. O setlist das apresentações incluíam todos os hits do gênero. DJ Meskla emendou sucessos de Ludmilla (Não Encosta) e até de IZA (Pesadão). Com uma diferença: remixados e colocando todos para dançar.
O pop com a roupagem mais funk fez companhia com as músicas que marcaram as paradas nos últimos anos. A DJ Mari Krieger também tocou hits como Eita Novinha e Hoje vou Para o Bailão Atrás das Danadinhas. Foi ela que chegou ao estilo característico dos morros. MC Dudinha, também mandou bem com Só Quer Vrau e Eu Vou Pro Bailão.
Gringos homenageiam Brumadinho
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Atração internacional da primeira noite do Planeta Atlântida 2019, o Slightly Stoopid levou o clima praieiro do sul da Califórnia ao festival. Mesclando reggae, ska, punk rock, dancehall, entre outros ritmos, a banda formada pelos amigos e multi-instrumentistas Miles Doughty e Kyle McDonald dedicou o show a "Brumadino" (Brumadinho-MG), como disse Miles arriscando-se no português, mandando "todo o amor da banda" para o município devastado pelo rompimento de uma barragem.
Bastante comunicativos, Miles e Kyles arriscavam frases básicas em português: "Como está, Atlântida?" e "Tudo bem, latinos?.
Pagode romântico
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Um dos maiores fenômenos do pagode na atualidade, Ferrugem subiu ao Palco Planeta por volta das 22h e provou porque é um dos artistas mais ouvidos em rádios e serviços de streaming. O carioca de 30 anos fez sua estreia no Planeta Atlântida com a música O Som do Tambor. Mesmo sendo sua primeira vez no festival, estava bastante à vontade no palco, como se fosse um veterano. Ao longo de sua apresentação, ele foi destilando um repertório que ora acalentava os casais apaixonados (Minha Namorada e Climatizar), ora afagava a sofrência dos planetários desiludidos (Sinto Sua Falta, Pra Você Acreditar, É Natural).
Atrasadinha, sucesso em parceria com Felipe Araújo e uma das mais tocadas nos últimos meses pelos brasileiros no Spotify, também entrou no repertório.
E, ainda, teve romance. Na reta final do show, Ferrugem ajudou um noivo a fazer um pedido de casamento no palco. Moacir fez a proposta a Deise:
- É a mulher mais doce, mais linda e mais parceira que um homem pode ter. Quer casar comigo?
Deise aceitou, e os dois se beijaram no palco, para delírio do público.
Presença de Anitta
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Maior nome da música brasileira na atualidade, Anitta preparou várias surpresas para seu show no Planeta Atlântida. Pouco antes da meia-noite, a cantora iniciou sua apresentação com Bang. Usando um collant roxo e acompanhada de oito dançarinos, a artista emendou a performance com Não Perco Meu Tempo, do EP Solo lançado em novembro do ano passado. No entanto, foi na metade da apresentação que a cantora revelou uma canção inédita - e não era a nova Terremoto, parceria com Kevinho lançada nesta sexta-feira (1º). Com batida eletrônica, a cantora lançou Zé do Caroço, música de Leci Brandão regravada em versão remix.
Mas músicas inéditas não foram o suficiente para Anitta. A cantora também chamou ao palco o DJ Zullu e transformou o Planeta Atlântida em um baile funk. Esse momento ficou completo com sua pergunta icônica:
— Vocês pensaram que eu não ia rebolar minha bunda hoje?
Então, foi a hora de Movimento da Sanfoninha, que foi seguida por Vai, Malandra. A artista se empolgou muito e subiu na mesa do DJ para apresentar ainda o hit Eu Não Vou Embora, gravada originalmente com MC G15.
Safadeza de Wesley leva público ao delírio
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Já era madrugada de sábado (2) quando Wesley Safadão surgiu no Palco Planeta. Ouvindo gritos de "Vai, Safadão" do público, o cantor promoveu uma festa, misturando romance com safadeza. O show iniciou com Solteiro de Novo. Elétrico e com controle absoluto do palco e dos planetários, somada ao uso de pirotecnia em momentos pontuais (fumaça, papel picado e fogos), Safadão trouxe um show divertido ao Planeta.
Desta vez, o cantor cearense veio ao festival embalado pelo seu último disco, WS Mais Uma Vez. Gravado ao vivo em um estúdio no Rio, o álbum traz o hit Só Pra Castigar.
Em seu repertório, Safadão deu espaço para alguns covers, como o funk Parado no Bailão, do MC L da Vinte, que ganhou uma sonoridade arrocheira em sua versão. Também virou arrocha o funk acelerado Dentro do Carro, de MC Kevin O Chris. Outro cover que o cantor apresentou no show foi o hit do verão deste ano, o arrocha Jenifer, de Gabriel Diniz.
Festa eletrônica encerra a noite
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Passava das 2h30min, quando o DJ Vintage Culture transformou a Saba em uma grande festa eletrônica. Um dos artistas brasileiros mais populares do gênero no mundo, o sul-mato-grossense de 25 anos empolgou os planetários com suas músicas de batidas dançantes e remixes de canções de outros artistas como Feeling Good, de Nina Simone, Ai Ai Ai, de Vanessa da Mata, Rockstar, de Post Malone, e Radioactive, do Imagine Dragons.