![Mary McCartney / Divulgação Mary McCartney / Divulgação](http://www.rbsdirect.com.br/imagesrc/24309324.jpg?w=700)
No cenário do jazz internacional, a inquietação sempre foi um requisito básico. Carregando o peso de uma história repleta de gênios, as estrelas do presente só sobrevivem se souberem reinventar a tradição. Por dar conta desse recado, Diana Krall se tornou uma das mais relevantes personalidades do jazz desde que começou a se destacar, em meados dos anos 1990, alcançando inclusive um público mais amplo do que os fãs desse gênero musical. Com sucessos de venda como o álbum When I Look in Your Eyes (1999), ela praticamente redefiniu o que é cantar suave e delicadamente, sem deixar de lado a sofisticação.
Agora, está de volta ao Brasil, em turnê que chega a Porto Alegre nesta terça-feira (24), às 21h, quando se apresenta com banda no Auditório Araújo Vianna. A abertura, a partir das 20h, será do violonista e guitarrista gaúcho Pedro Tagliani. Depois, ela segue para Curitiba (quinta) e São Paulo (sábado e domingo).
Diana vem mostrar o repertório de seu mais recente disco, Turn Up the Quiet, lançado em 2017, no qual retorna ao chamado Great American Songbook – em bom português, o cancioneiro americano. Sim, retorna porque nos últimos anos ela andou explorando outros universos, como pérolas dos anos 1920 e 30 (Glad Rag Doll, de 2012) e releituras do pop (Wallflower, de 2015). Antes, em 2004, havia lançado The Girl in the Other Room, com canções compostas por ela em parceria com o marido, Elvis Costello, com quem tem filhos gêmeos.
Com faixas gravadas em formato de trio, quarteto e quinteto, Turn Up the Quiet conta com releituras de standards como Isn’t it Romantic (Lorenz Hart/Richard Rodgers), L-O-V-E (Milt Gabler/Bert Kaempfert), Night and Day (Cole Porter) e Blue Skies (Irving Berlin). Em todas elas, há sempre o toque renovador de Diana:
– O songbook americano oferece um material de trabalho atemporal. Conta histórias que todos podem sentir em suas próprias vidas como se fossem reflexos – diz a canadense, em entrevista a Zero Hora por telefone.
Admiração pela música brasileira
O título, algo como “aumente o volume do silêncio”, é um trecho da letra em inglês de Paul Williams para a canção Love Dance (que não está no disco), de Ivan Lins. A inspiração, como ela conta, veio no meio da noite:
– Pensei que seria apropriado, sabe? Se você tocar mais baixo, as pessoas ouvem um pouco mais.
Diana é, há tempos, fã declarada da música brasileira. Quiet Nights, de 2009, foi um álbum dedicado à bossa nova com arranjos de Claus Ogerman, que havia trabalhado com Tom Jobim e João Gilberto. Night and Day, do novo disco, chega com a batida da bossa.
– A música brasileira significa tudo para mim. Sou muito grata por ser parte disso de alguma forma. Faz tempo desde que estive no Brasil pela última vez, então estou empolgada para ir de novo com minha banda.
Turn Up the Quiet surgiu com uma nota melancólica por conta da morte do coprodutor do álbum e parceiro de longa data Tommy LiPuma, apenas dois meses antes do lançamento, aos 80 anos. Mas será que este é um disco triste ou apenas romântico?
– Acho que as duas coisas estão juntas, não é? – pondera Diana.
Se há um assunto que motiva a canadense a falar longamente é sua admiração pela conterrânea Joni Mitchell. A canção A Case of You, que ela regravou em Live in Paris (2002) e em uma reedição expandida de Wallflower, é sempre uma possibilidade no repertório dos shows. “Original” e “inovadora” são alguns dos adjetivos empregados para definir Joni:
– Aonde ela vai harmonicamente muito poucas pessoas conseguem ir. Liricamente, suas histórias são como curtas-metragens. O que acontece quando você a ouve é que você se vê na experiência dela, mas apenas ela pode resumir tudo isso para você em uma canção curta. Eu me identifico com ela provavelmente muito mais do que me identifico com qualquer outro cancionista.
Diana conclui com uma convocação para os espectadores gaúchos “cantarem junto” no show:
– Na minha experiência de tocar no Brasil, todos se doam muito. É uma experiência muito emotiva, diferente de qualquer outro lugar em que já estive. Adoramos isso. Estou ansiosa para estarmos todos juntos.
DIANA KRALL
Nesta terça-feira (24), às 21h (show de abertura: 20h). Classificação: 16 anos. Duração: 90 minutos.
Auditório Araújo Vianna (Av. Osvaldo Aranha, 685), em Porto Alegre.
Ingressos: R$ 300 (plateia alta lateral), R$ 480 (plateia alta central), R$ 550 (plateia baixa lateral), R$ 620 (plateia baixa central) e R$ 700 (plateia baixa gold).
Desconto de 50% para os cem primeiros sócios do Clube do Assinante e 10% para os demais sócios.
À venda pelo site uhuu.com (com taxa) e nas bilheterias do Araújo Vianna (nesta terça a partir das 16h) e do Teatro do Bourbon Country (Av. Túlio de Rose, 80, das 10h às 22h).