Ana Lonardi renascerá nesta terça-feira (10) à noite no palco do Theatro São Pedro. A cantora abriu mão do sobrenome italiano para assumir a identidade de Anaadi, artista que canaliza suas diferentes influências musicais na apresentação de um som espontâneo e múltiplo, sem rótulos. A nova etapa é marcada pelo lançamento do primeiro disco da carreira da gaúcha, Noturno – início de uma trilogia que seguirá com os álbuns Iluminar e Vermelho.
– É o resultado de um processo em busca de leveza e autenticidade. Meu nome era mais formal, sisudo. Coisa de cantora de MPB classuda – explica a artista de 30 anos, cujo novo nome significa "eterno" na língua hindi. – Meu som está mais despojado, e Anaadi marca essa nova fase de se comunicar com o mundo – completa.
A partir das 21h, a artista apresenta o trabalho construído ao longo de seis anos, que também será gravado para lançamento posterior em DVD – o espetáculo terá participações especiais de nomes como Necka Ayala, Serginho Moah e Jorginho do Trompete. A correria do dia a dia não ditou as regras da produção. Tudo se configurou de forma orgânica e natural, conta Anaadi:
– Pelo menos na minha arte eu queria respeitar o tempo das coisas. E foi certíssimo. Se tivesse lançado antes, não teria conhecido o Roberto Menescal e composto com ele, ou o (escritor e letrista gaúcho radicado no Rio) Allan Dias Castro. Não teria maturidade.
Noturno é um combo de sonoridades que embala o amor boêmio cativado na noite. Os caminhos percorridos por Anaadi em sua formação musical se apresentam nas 11 faixas do disco, atravessando gêneros como R&B, soul, reggae, afro, jazz, MPB e samba. As letras versam sobre o efêmero nas relações líquidas, falam sobre os desejos e desconfortos dos relacionamentos e dão poder de escolha à mulher – a exemplo de Sexyantagonista e Fake (Homem Barato).
– Noturno é o disco das pessoas tortas, desalinhadas, mas que merecem ser felizes. Iluminar seria uma continuação desse período caótico, mas focando no que precisamos fazer para sermos mais leves. Já Vermelho é inspirado no inferno no sentido subvertido, baseado na diversão – define a artista, que planeja o lançamento de Iluminar, álbum mais identificado com o samba, para o segundo semestre de 2018.
Polivalente na música e na vida, Anaadi mantém planos também na área audiovisual – ela ganhou projeção nacional ao participar do The Voice Brasil, da Globo, em 2013. Depois de integrar o elenco do filme Nervos de Aço (2011), idealizar e produzir o documentário Arte das Musas? (2015) e compor a trilha sonora do curta Madrepérola (2016), a cantora planeja mergulhar em mais um projeto, desta vez sobre a biografia de um grande artista, que ela prefere não revelar ainda.
– Estou louca para fazer, com a ideia em mente. Ainda não tive tempo, nem estrutura – justifica.
Mas o tempo é aliado de Anaadi. Foi em Noturno, feito a passos lentos e certeiros, e será nos próximos projetos. Pelo menos essa é a crença da artista:
– A hora certa vai chegar. Acredito muito.
ANAADI – show de lançamento do disco “Noturno”
- Terça-feira (10), às 21h.
- Theatro São Pedro (Praça Marechal Deodoro, s/nº).
- Ingressos: R$ 20 (galerias), R$ 30 (camarotes laterais), R$ 40 (camarotes centrais) e R$ 50 (plateia). Meia-entrada para estudantes, idosos e associados da AATSP, mediante apresentação de comprovante.
- Pontos de venda: na bilheteria do TSP, a partir das 13h, e pelo site teatrosaopedro.com.br (sujeito a taxas).