Quem entrou nas redes sociais nesta segunda-feira (14) deve ter cruzado com a hashtag #RIPJKRowling. O rest in peace ("descanse em paz", na tradução), no entanto, não era uma homenagem à autora de Harry Potter — que passa bem —, mas uma reação ao seu novo livro Troubled Blood.
Parte de sua série policial Cormoran Strike (que J.K Rowling assina sob o pseudônimo Robert Galbraith), o novo livro ainda nem foi lançado: a publicação chegará nesta terça-feira (15) às prateleiras do Reino Unido. Ainda assim, uma crítica adiantada do jornal The Telegraph bastou para acirrar os ânimos.
"A essência do livro é a investigação de um caso arquivado: o desaparecimento de GP Margot Bamborough em 1974, considerada vítima de Dennis Creed, um travesti assassino em série", escreve Jake Kerridge ao periódico. E conclui: "É de se imaginar que os críticos da postura de Rowling sobre as questões trans acharão um livro cuja moral parece ser: nunca confie em um homem em um vestido".
Foi o suficiente para trazer à tona, mais uma vez, as acusações de transfobia contra a escritora. Desde junho, ela é alvo de críticas por conta de sua postura, afirmando que mulheres trans não são "verdadeiras mulheres ". Nas próprias palavras de Rowling: "Se o sexo não é real, a realidade vivida das mulheres em todo o mundo é apagada. Conheço e amo pessoas trans, mas apagar o conceito de sexo remove a capacidade de muitos discutirem significativamente suas vidas".
De lá para cá, ela devolveu um prêmio de direitos humanos e outros escritores se recusaram a ter seus nomes associados a Rowling. Até os atores que ganharam fama graças à saga, como Daniel Radcliffe e Emma Watson, se posicionaram contra as ideias da autora.
Vale destacar que, desde junho de 2018, a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a transexualidade da lista de doenças mentais, afirmando que a situação é resultado apenas de um desacordo entre o gênero de nascimento e aquele com o qual a pessoa se identifica. Ou seja, alguém cresce sabendo que é de outro gênero, mas preso ao corpo errado. Estas pessoas têm o direito de mudar de sexo e obter uma nova identidade, de acordo com sua realidade.
Confira algumas reações: