Visitas turísticas a comunidades carentes sugerem que até mesmo a desigualdade social pode ser convertida em produto – desde que a incursão tenha hora certa para começar e terminar, além de segurança garantida. Mas um cotidiano de pobreza e violência pode ser apropriado também pela arte? Para o protagonista de A vista particular, o artista José de Arariboia, a resposta é sim. No novo romance do paulista Ricardo Lísias, autor de O livro dos mandarins (2009) e do premiado O céu dos suicidas (2012), Arariboia convida o público a visitar uma favela em que depósitos de armas, bocas de fumo e traficantes reais são etiquetados por ele como instalações artísticas.
Mundo Livro
Em novo livro, Ricardo Lísias questiona os limites da arte e da literatura em uma realidade absurda
Um artista visual é o protagonista do romance "A vista particular"
Alexandre Lucchese