Com O Continente, Erico Verissimo não apenas forjou uma das obras definitivas sobre o passado do Rio Grande do Sul, mas forjou também um novo caminho como escritor. Cada livro da trilogia parece ter precisado de um Erico diferente, com linhas de comunicação diversas com o "computador" cerebral que o autor descrevia como responsável por armazenar cenas, personagens, situações, cores, sons, cenários para recuperá-los mais tarde enquanto o autor elaborava suas ficções. No primeiro volume da saga O Tempo e o Vento, Erico foi buscar dentro de seu "processador" os aplicativos necessários para dar ares épicos ao romance histórico.
>>> Livro a livro: O Arquipélago
>>> Livro a livro: O Retrato
Autor de romances urbanos profundamente humanistas, Erico já havia se lançado ao relato de ação de fôlego aventuresco com Saga, parte do qual narra a luta de Vasco Bruno como voluntário nas Brigadas Internacionais durante a Guerra Civil Espanhola, contra a tirania de Francisco Franco. Para O Continente, Erico deixaria de lado a contraposição entre a mentalidade de cidade pequena de seus personagens e o gigantismo exacerbado de uma Porto Alegre descrita como uma metrópole que ela ainda não era. Ele empreenderia um mergulho no passado do Estado para sair de lá com um objeto raro na literatura nacional: um romance monumental que é também contínuo sucesso de público.
Assista ao webdocumentário sobre o cinquentenário da obra:
Livro a livro
'O Continente': a parte mais popular e com os personagens mais conhecidos do conjunto criado por Erico Veríssimo
No primeiro volume da saga O Tempo e o Vento, Erico foi buscar dentro de seu "processador" os aplicativos necessários para dar ares épicos ao romance histórico
Carlos André Moreira
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