Considerado um dos 10 intelectuais mais influentes do mundo pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), Douglas Rushkoff estará em Porto Alegre para participar do Fronteiras do Pensamento em 13 de setembro.
Além de realizar conferência, o pesquisador também vai autografar com exclusividade a edição brasileira de “Team Human”. Publicado originalmente em 2019, o livro se tornou um best-seller ao explorar a relação entre sociedade, natureza humana e novas tecnologias.
Para o autor, a humanidade precisa se identificar como um “time” em um esporte de equipe, se quiser superar os desafios impostos pela inteligência artificial (IA) e pela proliferação das fake news.
Recentemente, o pesquisador americano escreveu um artigo em seu blog, no qual aponta e disseca mitos recorrentes sobre a IA. Para você conhecer melhor o pensamento original e inovador de Rushkoff, o Fronteiras do Pensamento apresenta aqui cinco desses mitos.
1) A IA substituirá os humanos em todos os campos de trabalho
Não se pode negar o impacto da IA no mercado de trabalho. No entanto, para Douglas Rushkoff, plataformas como ChatGPT não necessariamente substituirão os seres humanos de maneira ampla. O pesquisador aponta que risco semelhante foi levantado quando a Adobe lançou um pacote de programas que parecia dispensar o uso de designers profissionais – no entanto, jamais tornou esse ofício irrelevante.
- Depois de um mês ou dois em que as pessoas acreditaram que o Photoshop e o Illustrator faziam com que o trabalho delas (dos amadores) parecesse indistinguível do trabalho dos designers profissionais, todos começamos a reconhecer os sinais visuais característicos de amadores sendo guiados pelo software - lembrou Rushkoff.
Por isso, o autor considera que os profissionais transformarão as novas tecnologias em ferramentas, e não o contrário.
2) A IA é muito mais barata do que outras tecnologias
Rushkoff alerta que a crença de que a IA substituirá amplamente os seres humanos no mercado de trabalho está amparada no mito de que ela é uma tecnologia de baixo custo. No entanto, o pesquisador cita que a plataforma OpenAI, por exemplo, custa cem mil dólares por dia para ser executada e “ainda está em uma versão beta, sendo usada apenas para demonstrações simples”. Segundo ele, computadores e servidores que executam IA requerem quantidades massivas de metais raros, e as “empresas do Vale do Silício já estão competindo com a indústria de veículos elétricos pelos direitos de extração de depósitos de lítio”. Trata-se de uma tecnologia que transfere impactos ambientais e econômicos, mas não os elimina.
3) A IA representa uma ameaça para o ensino
Professor da Universidade de Nova York, Rushkoff não se abala com o risco de alunos mal intencionados apresentarem trabalhos baixados ou comprados em plataformas de IA. Para detectar esse tipo de fraude, já existem até mesmo ferramentas capazes de apontar sinais de síntese digital em documentos. Mas Rushkoff não se interessa por esse tipo de dispositivo. Ele recomenda uma abordagem mais humana:
– Eu apenas converso por cinco minutos com cada aluno sobre seu trabalho. Para os alunos que realmente escreveram seus trabalhos, é uma chance de questionar suas suposições subjacentes. Já aqueles que não tiveram suas próprias ideias se revelam rapidamente – aponta.
4) A inteligência artificial ameaça a arte
Rushkoff também aponta que a IA tem limitações na criação de trabalhos de arte, literatura e entretenimento. O pesquisador usa o exemplo de Van Gogh para demonstrar que, ao fruir um quadro, o espectador não está apenas tomado de envolvimento visual, mas também se relacionando em alguma medida com a mente de seu criador.
- Você interage apenas com a pintura, ou você está se conectando com a alma humana brilhante e triste que criou os traços de pincel? - provoca Rushkoff.
Para ele, embora seja aceitável, até mesmo o padrão de um papel de parede perde “certa aura” quando não é desenhado por um humano, mas gerado por IA.
5) A IA causará uma onda incontrolável de fake news
“A habilidade da IA de gerar vídeos deep fake e novas histórias também não me assusta”, escreve Rushkoff. Para ele, a confiabilidade de uma notícia não se relaciona com o modo como foi produzida, mas com a integridade da instituição que a compartilha.
- Sua disposição em considerar as ideias deste texto depende da confiança em mim, um ser humano com uma reputação em jogo - esclarece o autor.
Os ingressos para a nova temporada do Fronteiras do Pensamento já estão à venda e têm vagas limitadas. A primeira conferência acontece no dia 31 de maio.
Acesse https://temporada.fronteiras.com para garantir sua participação.
O Fronteiras do Pensamento tem o patrocínio de Hospital Moinhos de Vento e CMPC, parceria cultural da Casa da Memória Unimed Federação/RS, parceria acadêmica da Unisinos, parceria educacional do Colégio Bertoni Med, serviço médico Unimed Porto Alegre, apoio institucional da Prefeitura de Porto Alegre, promoção do Grupo RBS e realização da Delos Bureau, uma empresa do Grupo DC Set especializada em entretenimento cultural.
FRONTEIRAS DO PENSAMENTO 2023
17ª TEMPORADA – Entre o Caos e a Ordem
Conferências presenciais
- 31 de maio – Rosa Montero
- 21 de junho – Nadia Murad
- 5 de julho – David Eagleman
- 9 de agosto – Michael Sandel
- 13 de setembro – Douglas Rushkoff
- 4 de outubro – David Wengrow
SERVIÇO
- Inscrições: www.fronteiras.com
- Informações: relacionamento@fronteiras.com
- WhatsApp: (11) 93775-5752
Os pagamentos podem ser parcelados no cartão, em até 3x sem juros, para o pacote presencial. E no pacote 100% on-line o parcelamento sem juros chega a até 6x no cartão de crédito. Há descontos não cumulativos, e os grupos beneficiados podem ser conferidos no site www.fronteiras.com.