A batalha legal do diretor Roman Polanski contra sua expulsão da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas foi rejeitada por um juiz de Los Angeles nesta terça-feira (25). O cineasta de Chinatown e Bebê de Rosemary fugiu dos Estados Unidos em 1978, após admitir o estupro de uma menina de 13 anos.
Ele foi expulso da Academia de Cinema, que premia o Oscar, quatro décadas depois, em meio ao movimento #MeToo, e entrou com uma petição legal para forçar a prestigiosa organização a reverter sua decisão.
No entanto, a juíza do tribunal superior de Los Angeles, Mary Strobel, concluiu que o conselho da Academia "tinha motivos para expulsar" Polanski, e que sua decisão "é apoiada pelas evidências" e "não foi arbitrária ou caprichosa".
Segundo ela, o cineasta "teve a oportunidade de apresentar qualquer evidência" sobre se ele "deveria ou não permanecer membro da Academia" à luz de sua condenação criminal e status de fugitivo".
Polanski é persona non grata em Hollywood e não pode retornar aos Estados Unidos por risco de ser preso. O diretor franco-polonês admitiu o estupro estatutário de Samantha Geimer em um acordo judicial em 1977 para evitar um julgamento por acusações mais graves.
Ele fugiu para a França no ano seguinte, depois de cumprir 42 dias de prisão, quando parecia que a Justiça reconsiderava sua liberdade.
— O problema de Roman para obter justiça em Los Angeles é que todos os juízes cobrem a má conduta uns dos outros — disse o advogado de Polanski, Harland Braun, à AFP após a decisão desta terça. — Tudo o que Roman pediu foi um processo justo.
Polanski, agora com 87 anos, recebeu o Oscar de melhor diretor da Academia enquanto ainda vivia em um exílio autoimposto em 2003 por O Pianista. Ele foi expulso da Academia junto com Bill Cosby, em 2018, quando Hollywood enfrentava um acerto de contas sobre um histórico de abusos e assédios sexuais.
O conselho da Academia votou pela expulsão de Polanski de acordo com um procedimento para fazer cumprir os padrões de conduta adotados na esteira do escândalo Harvey Weinstein. Polanski afirmou que a Academia falhou em seguir seus próprios procedimentos, ou a lei da Califórnia, em sua decisão.
— Estamos satisfeitos que o tribunal tenha confirmado que os procedimentos da Academia em relação ao senhor Polanski foram justos e razoáveis — disse um porta-voz da Academia à AFP.