O cartunista sueco Lars Vilks, alvo de um atentado em Copenhague em 2015 que vivia sob proteção após desenhar o profeta Maomé com o corpo de um cachorro em 2007, morreu no domingo (3), na Suécia, em um acidente de trânsito junto com os dois policiais que faziam sua segurança. A polícia sueca confirmou à AFP a morte do cartunista de 75 anos e descartou a hipótese de um ato intencional.
— É objeto de apuração como qualquer acidente de trânsito. Como há dois policiais envolvidos, foi aberta uma investigação por uma seção específica da promotoria — disse um porta-voz da polícia local à agência.
A colisão ocorreu na tarde de domingo, em uma estrada na comuna de Markaryd, no sul do país. O carro no qual estava o artista se chocou contra um caminhão que viajava no sentido contrário, explicou a polícia. Os dois veículos pegaram fogo após o acidente.
Segundo o jornal Expressen, o veículo policial, que andava em alta velocidade, cruzou uma cerca de segurança por motivos ainda não determinados antes de colidir com o caminhão. O motorista do caminhão foi hospitalizado.
Após seu cartum de Maomé como um cachorro, Vilks passou a viver sob proteção quase ininterrupta devido a inúmeras ameaças e ataques de fundamentalistas islâmicos.
Em 14 de fevereiro de 2015, um jovem dinamarquês de origem palestina abriu fogo durante um debate sobre liberdade de expressão em Copenhague, organizado após o ataque mortal à revista Charlie Hebdo em Paris.
Vilks e o embaixador francês saíram ilesos, mas um cineasta dinamarquês de 55 anos foi morto pelo jovem, que horas depois matou um guarda da sinagoga de Copenhague. O agressor morreu no dia seguinte em um confronto com a polícia dinamarquesa.