Criado por um fã da cantora Britney Spears, o vídeo Leave Britney Alone foi vendido como obra digital NFT (non fungible token, ou token não fungível). O valor de negociação da gravação foi de US$ 44,4 mil, quantia que equivale a cerca de R$ 253 mil. A identidade do comprador não foi revelada.
O vídeo integrava um leilão de obras digitais e tinha como lance inicial US$ 23,7 mil. O autor da obra é Chris Crocker, um fã da cantora que saiu em defesa de Britney em 2007. Nas imagens, ele rebate críticas feitas à performance da diva no Video Music Awards (VMA) daquele ano. Inicialmente postado por Crocker no MySpace, o depoimento foi replicado no YouTube por outros usuários.
"Eu sei que é difícil imaginar Britney como um ser humano, mas, acredite em mim, ela é uma pessoa como eu e você", inicia Crocker no vídeo. "Eu fiz este vídeo quando era um adolescente que abandonou o Ensino Médio, no quarto do meu avô", disse, anos depois, em entrevista à revista Rolling Stone.
Este é mais um item que se soma ao mercado das obras não palpáveis que vem movimentando bilhões de dólares. Por meio da tecnologia blockchain, também usada por criptomoedas como o bitcoin, objetos virtuais (vídeos, imagens e peças digitais de qualquer tipo) são associados a um certificado de autenticidade e rastreabilidade que os torna uma peça única, ainda que esteja espalhada pela web.
A venda de Leave Britney Alone como obra digital ocorre no momento de maior visibilidade para o movimento #FreeBritney. Criada em 2008, a campanha é oriunda da preocupação dos fãs com possíveis abusos cometidos pelo pai da cantora, que tem a tutela de Britney. Contudo, foi neste ano que o movimento ganhou maior destaque, com o lançamento do documentário Framing Britney Spears: A Vida de uma Estrela, produzido pelo The New York Times e disponível no Globoplay.