Em exibição até 1º de junho, com acesso 100% gratuito, a Bienal do Mercosul, em Porto Alegre e Viamão, é um prato cheio para quem gosta de arte — e também para quem nunca entrou num museu. Tirei o último sábado (12) para visitar três locais, no Centro Histórico, e preparar um resumo para você.
Primeira constatação: dá para conhecer os três em um dia (ou até em um turno, dependendo da sua velocidade), porque os pontos são próximos e dá para ir de um a outro a pé. Entre eles, a dica é parar para um café ou almoço na região central. No fim de semana, havia bastante movimento e sensação de segurança. Foi um programa legal.
Farol Santander
Comecei o roteiro pelo Farol Santander, na Praça da Alfândega. Ali, há obras de 12 artistas nacionais e internacionais.
A pegada tecnológica é o que chama mais a atenção, com destaque para a criação de Yunchul Kim, da Coreia do Sul, logo na entrada. Trata-se da “escultura viva” Dust of Suns II, conectada a intrincados dispositivos que controlam um líquido multicolorido.
Veja o vídeo do passeio:
Vale subir no segundo andar também e, antes de sair, não deixe de dar uma passadinha na exposição Memória Vintage, de Carlos Gerbase, Lu Tomasi e Angela Bohrer, especialmente se estiver com crianças.
Casa de Cultura
Na sequência, parei para almoçar na Rua dos Andradas, em frente à Casa de Cultura de Mario Quintana (naquela redondeza têm boas a la minutas), onde entrei logo depois.
No prédio que serviu de residência ao poeta, a sugestão é subir de elevador até o sétimo andar e ir descendo. Há obras de vários artistas espalhadas pela casa, inclusive nas instalações do Museu de Arte Contemporânea do RS (MACRS).
Uma das que mais gostei foi uma instalação artísticas sonora (sim, arte com som!): a obra Bússola, da chilena Nicole L'Huillier. Ela está dividida em duas partes: uma do lado de dentro e outra do lado de fora, no terraço onde fica o Jardim Lutzenberger, e você pode interagir com a obra. O som (meio maluco) muda conforme alguém grita na obra lá fora.
É divertido e, também, é uma oportunidade para ver o jardim, um tesouro do prédio.
Se você busca arte impactante, veja Randolpho Lamonier, no terceiro andar, onde funciona o Museu de Arte Contemporânea do RS (MACRS). É um cenário caótico, todo rosa pink, que lembra uma ilha de edição, cheia de TVs, objetos, rabiscos e poesia nas paredes.
Museu de Arte do RS
Para fechar, ainda visitei o Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs), que está reluzindo depois da enchente. Era o lugar com maior movimento.
Ao entrar, você dá de cara com uma instalação gigante, no hall, com areia no meio e coordenadas impressas nas paredes. A areia borbulha, como se fosse um organismo vivo sendo soterrado. É a obra "Reminiscence", do indiano Amol K. Patil.
No local, também há obras de uma artista peruana chamada Nereyda López, entre outras, incluindo uma área leve e divertida dedicada ao samba e ao carnaval (há inclusive uma obra de Heitor dos Prazeres ali).
Vale muito a visita.
Para saber mais e ver o mapa das exposições da Bienal, basta clicar aqui. Tem muita coisa para ver.