— O desenho é muito maneiro.
Quem diz é Oleksandra Parkhanova, de 18 anos, diante da tela semidestruída do artista britânico Banksy, exposta a partir desta terça-feira (5) em um museu de Baden-Baden, sudoeste da Alemanha.
Assim como ela, dezenas de curiosos e fãs de arte compareceram nesta terça-feira de manhã ao museu Frieder Burda, onde a tela Love is in the bin (O amor está na lixeira) está exposta até 3 de março.
O espaço de 50 metros quadrados onde a tela foi colocada, protegida por um vidro, ficou repleto de visitantes.
O artista de rua chamou a atenção em 5 de outubro, quando fez com que uma obra sua ficasse parcialmente triturada instantes depois de ter sido vendida em um leilão na casa Sotheby's de Londres por 1,042 milhão de libras (1,2 milhão de euros).
O autor da obra colocou um mecanismo na espessa moldura dourada que permitia rasgar a obra Girl with Balloon, uma reprodução em acrílico e aerossol de uma de suas pinturas mais conhecidas, de 2006.
Tudo isso "é um jogo com vários jogadores", diz, enigmático, o francês Sun Miao, de 34 anos, estudante de História da Arte. "É um jogo artístico (...) quem sabe daqui a 50 ou 100 anos tenhamos mais algumas respostas" sobre a 'performance' do artista.
O museu Burda, que conseguiu convencer a dona do quadro a expor a obra, espera cerca de "20.000 visitantes", jovens e fãs de street art, indicou nesta terça-feira à AFP o diretor da instituição cultural, Henning Schapper.
Na segunda-feira (4), o museu inspecionou o quadro e constatou que a trituradora escondida tinha sido desativada.
Depois de Baden-Baden, a obra será exposta de novo a partir de 7 de março na galeria Staatsgalerie de Stuttgart (sudoeste da Alemanha), durante um ano.