Já estão abertas no Santander Cultural (Sete de Setembro, 1.028) as duas mostras que encerram a atual edição do RS Contemporâneo. É a última oportunidade de ver o projeto antes da guinada que terá em 2017, quando deixará de escolher novos artistas visuais para compor as exposições. A renovação continuará sendo o foco da iniciativa, mas a partir do ano que vem o destaque recairá sobre os jovens curadores. Novos nomes das artes visuais serão convidados a trabalhar o olhar curatorial, com liberdade para explorar temas e artistas de todas as partes do Brasil.
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– O RS Contemporâneo é uma oportunidade de colocar no mercado o novo, trabalhar com o que não é seguro, com o que está por vir. Esse é o ponto bacana do projeto. A partir do ano que vem, queremos trabalhar do mesmo modo, mas voltados à discussão curatorial, ao desenvolvimento da intelectualidade do Rio Grande do Sul – explica Carlos Trevi, coordenador geral do Santander Cultural.
A quinta edição do RS Contemporâneo, que se iniciou em março com mostras das artistas Lívia dos Santos e Letícia Lopes, recebe agora Asfixiando um búfalo, de Raquel Magalhães, e Além do corpo, de Walesca Timmen. Desde quarta-feira, as exposições estão abertas para visitação do público.Com curadoria do paulistano Amir Brito Cadôr, Além do corpo consiste em um trabalho fotográfico com figuras humanas solitárias em destaque. Apesar de cada imagem contar com só um elemento, a composição da mostra unifica as cenas retratadas – "O ator não parece mais estar sozinho, sua imagem se multiplica, como em uma sala de espelhos", diz o texto de apresentação escrito por Cadôr.
Já Asfixiando um búfalo, de Raquel Magalhães, conta com pinturas de diferentes dimensões que exploram personagens e cenas em movimento, muitas inspiradas no cinema e em vídeos do YouTube.
– Busquei montar as várias narrativas sugeridas pelo meu trabalho – explica Raquel.
Para a artista visual, o diálogo constante com um curador mais experiente no processo de criação, prática que o RS Contemporâneo vinha oportunizando aos seus convidados, foi fundamental para o desenvolvimento da mostra:
– Cheguei a resultados diferentes. O trabalho do artista tende a ser muito solitário. Essa experiência me deu vontade de continuar trabalhando com esse diálogo.