Muito antes do moderno futebol de areia, que surgiu de forma organizada e com regras próprias na década de 1990, nas praias gaúchas já vinham sendo disputados animados campeonatos. Era o futebol praiano, em canchas à beira-mar, com 11 de cada lado, regulamento e seguindo as normas do futebol tradicional. A fase áurea da modalidade durou pelo menos 20 anos, de 1960 a meados de 1980.
Por iniciativa da antiga Companhia Jornalística Caldas Júnior e da cobertura dos seus veículos, eram realizados a cada verão disputadíssimos campeonatos, que se tornaram a grande atração da temporada, acompanhados por até 3 mil barulhentos torcedores.
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Participavam, basicamente, as equipes das nossas principais praias do Litoral Norte: Torres, Capão da Canoa, Tramandaí e Cidreira. A organização dos torneios esteve sempre a cargo dos jornalistas Jair Cunha Filho e Flávio França, que cuidavam de todos os detalhes, da montagem das tabelas até a suspensão por uma comissão disciplinar especial de atletas punidos pela arbitragem.
Os jogos mais importantes eram apitados por árbitros da Federação Gaúcha de Futebol. A cada rodada, eram escolhidos os melhores. Ao final, saía a seleção do campeonato.
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Segundo Sérgio Kaminski, ex-integrante cidreirense, alguns jogadores do praiano fizeram carreira profissional, chegando a atuar na dupla Gre-Nal.