Está mais caro comer à beira-mar no começo deste verão, no Litoral Norte, em relação à temporada passada. Um levantamento informal realizado por Zero Hora em quiosques de Tramandaí e de Imbé mostra uma elevação significativa principalmente no valor de pratos que levam frutos do mar, como peixe e camarão.
Em compensação, o turista poderá gastar a mesma coisa do que dispendeu no verão anterior para consumir bebidas com ou sem álcool, desde que esteja disposto a pesquisar um pouco entre diferentes pontos de venda. No caso das cervejas, a variação no custo de uma garrafa de 600 ml pode chegar a R$ 10 dependendo também do rótulo.
O proprietário do quiosque 20 Ver, em Imbé, já havia mandado imprimir os novos menus para este veraneio quando teve de fazer uma alteração de última hora. Fernando Silveira colou, sobre o valor antigo pintado no papel, um adesivo com o novo custo da porção do peixe Violinha. Passou de R$ 65 para R$ 70.
— O peixe foi uma das coisas que mais aumentou pra gente. Mas não estamos repassando todo esse aumento para o cliente, estamos segurando um pouco até pra não espantar as pessoas — afirma Silveira, ao lado da mulher, Marisete Silveira, que atua na cozinha.
Em Tramandaí, o cenário é semelhante.
A parte de cozinha, óleo, farinha, foi o que mais subiu, além de produtos como carne, peixe e camarão. Aumentamos alguns preços, mas outros estamos conseguindo segurar
ARTHUR KIRSCH
Responsável pelo quiosque Inova.
No ano passado, um levantamento realizado por Zero Hora em pontos de Tramandaí e Imbé indicou que o preço mais barato da violinha estava em R$ 60. Agora, com base em uma nova pesquisa feita em seis locais centrais das duas praias, esse patamar saltou para R$ 70 — variação de 17%, equivalente a mais do que três vezes a inflação aproximada do período.
— Pagamos R$ 80 pela violinha. Barato não está, mas ainda achamos mais vantajoso comprar comida na beira da praia do que trazer de casa para evitar o transtorno — argumenta o veranista Tiago Pereira Tatsch, de Carazinho, diante do prato já vazio.
Para comer um camarão à milanesa pelo valor mais em conta identificado pela reportagem, o veranista precisaria desembolsar agora R$ 115, contra R$ 100 no começo da temporada passada (acréscimo de 15%).
O pastel de carne e a batata frita também ficaram mais salgados para os clientes praianos (veja lista completa ao final da reportagem).
— Ano passado, pagávamos R$ 14, R$ 15 pelo pastel. Agora, pagamos R$ 20 por um de queijo. Viemos pela primeira vez à praia hoje (sábado, 28) e ficamos um pouco surpresos com os custos — conta Lorenzo Beltrame, 21 anos, acompanhado da família.
Já o milho, outro clássico do litoral gaúcho, pode ser encontrado pelo mesmo valor do ano passado (R$ 8) ou até um pouco mais barato. Em boa parte dos pontos de venda, porém, sai por R$ 10, o que confirma a importância de pesquisar nos arredores antes de comprar. O mesmo vale para as bebidas, que apresentaram uma menor variação em relação aos alimentos na faixa de areia do Litoral Norte.
De acordo com o levantamento informal, é possível encontrar caipirinha, água de coco, refrigerante e água mineral nos mesmos patamares do verão passado com alguma facilidade. Já a cerveja exige um pouco mais de empenho e flexibilidade do consumidor se quiser continuar desembolsando a mesma coisa que no passado.
Procurando em diferentes locais e abdicando de escolher marca, é viável comprar uma garrafa de 600 ml pelo mesmo preço mínimo praticado meses atrás. Porém, a regra não se aplica a todas as marcas. Em um quiosque de Imbé, os rótulos mais valorizados saem por R$ 20, R$ 2 a mais do que antes.
Neste sábado (28), foi possível encontrar garrafas de cerveja de R$ 12 a R$ 22 nos seis pontos analisados. Se o cliente não fizer questão de um determinado rótulo e estiver disposto a procurar os melhores preços, poderá fazer uma economia maior ao longo do veraneio no Litoral Norte.
Variação nos preços
Veja os valores mínimos identificados por ZH com base em pesquisa em seis pontos de venda em Tramandaí e Imbé (a pesquisa é informal e serve apenas como referência, sem rigor científico).
Comida
Porção de Violinha
- Verão passado: R$ 60
- Agora: R$ 70
Camarão à milanesa
- Verão passado: R$ 100
- Agora: R$ 115
Pastel de carne
- Verão passado: R$ 13
- Agora: R$ 15
Batata frita
- Verão passado: R$ 25
- Agora: R$ 30
Milho
- Verão passado: R$ 8
- Agora: R$ 7
Bebidas
Caipirinha (com cachaça)
- Verão passado: R$ 15
- Agora: R$ 15
Água sem gás
- Verão passado: R$ 5
- Agora: R$ 5
Água de coco
- Verão passado: R$ 12
- Agora: R$ 12
Cerveja 600 ml
- Verão passado: R$ 14
- Agora: R$ 12*
Refrigerante (lata)
- Verão passado: R$ 7
- Agora: R$ 7
* A redução pode ter relação com as diferentes marcas disponíveis ofertadas nos pontos pesquisados no verão passado e na atual temporada.