O tempo chuvoso que pintou de cinza as praias do Litoral Norte e baixou a temperatura na região foi comemorado por algumas pessoas: os vendedores ambulantes de cobertores. Nesta terça, após a volta do sol e do calor, a alegria na praia era de todos: dos banhistas que aproveitaram o dia de céu claro para se refrescar, e dos ambulantes, que fazem a festa com qualquer tempo.
O dia de sol ajudou a encher as praias do Litoral Norte. Em Torres, a consultora empresarial e professora universitária Adriana Peccin aproveitou o bom tempo para se banhar na Praia dos Molhes.
O sol e o calor são um alívio para quem passou o final de semana de Réveillon sem tirar o nariz para fora de casa por causa do mau tempo. Mas os 28°C e o vento de 21 km/h também alargaram sorrisos de quem vive da alegria dos veranistas: os ambulantes de beira de praia.
Adriana se refresca na Praia dos Molhes, em Torres
Foto: Harleyson Almeida, Especial
Em Tramandaí, encontramos Eduardo Rangel, que vem lá da Paraíba há quatro anos para vender cobertores, um produto não muito alinhado com a orla, que custa de R$ 35 a R$ 45. Até que o frio que vinha fazendo nos últimos dias se torna um bom apelo às suas vendas. Ele não tem do que reclamar. Algumas estampas mais pedidas já estão em falta, como as pintadas de onça ou zebra.
- O pessoal gosta. Vendo, coloco numa sacolinha e o pessoal deixa do lado da cadeira. No fim da tarde esfria e eles aproveitam para se embrulharem no cobertor - conta Rangel.
Uma mineira de 18 anos, Cleonice Carvalho de Araújo, contrasta na areia com a lembrança do inverno que Eduardo carrega ao anunciar sua mercadoria. Ela vende as tradicionais vestimentas de praia - de bermudas a R$ 10 a vestidos tricolinos a R$ 50.
- Não sei o que é tricolino, mas sei que é o que mais vende - diz Cleonice.
Um colega explica: tricolino é o nome do tecido, oras.