A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) determinou à empresa World, de forma preventiva, a suspensão de qualquer compensação financeira em troca da coleta de dados da íris dos titulares. A medida entra em vigor neste sábado (25).
A suspensão se dá após o resultado da investigação fiscalizatória que averiguou o tratamento e os processos que envolvem o fornecimento biométrico dos dados.
A ordem da ANPD foi enviada à Tools for Humanity, empresa encarregada pelas operação da World no Brasil, e também determina ainda que ela indique em seu site o funcionário responsável pelo tratamento dos dados biométricos, conforme exigência da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Segundo os responsáveis pelo projeto, mais de 400 mil pessoas já haviam se cadastrado em pontos de atendimento na cidade de São Paulo. O pagamento na criptomoeda varia em torno de R$ 600 de acordo com a cotação da moeda no dia e da taxa do dólar.
Em análise preliminar, a instituição, por meio da coordenação-geral de fiscalização, compreende que a contrapartida oferecida pela empresa, por meio de pagamento ou criptomoedas, pode comprometer o consentimento dos titulares dos dados.
De acordo com o órgão, que aponta a irreversibilidade da revogação do consentimento, a prestação das informações deve ser "livre, informada, inequívoca e fornecido de maneira específica".
O que é a World
Empresa responsável pelo escaneamento da íris, a World começou a operar no país em novembro de 2024. Por enquanto, atua em 38 pontos físicos de São Paulo.
A Tools for Humanity, com sede em San Francisco (EUA) e em Munique (Alemanha), é a responsável pela operação da World. Em sua página, define-se como "uma empresa de tecnologia que desenvolve projetos para humanos na era da IA." Basicamente, cria ferramentas e tecnologia para que o protocolo World possa seguir em evolução.
O objetivo do processo é criar um passaporte digital, chamado de World ID, para distinguir humanos de robôs e evitar possíveis fraudes na internet, como, por exemplo, a criação de perfis falsos. Segundo a rede, "os usuários adquirem uma credencial para se comprovarem humanos na Internet e recebem, opcionalmente, um token ou criptoativo".
Produção: Nathália Rodrigues.