Milhares de pessoas participaram de uma edição da Marcha do Orgulho LGBT+, neste sábado (4), em Buenos Aires, com uma forte mensagem política em defesa dos direitos conquistados por essa comunidade. O evento aconteceu às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais argentinas, ainda indefinidas segundo as pesquisas mais recentes.
A duas semanas do segundo turno das eleições, a 32ª Marcha do Orgulho contou com vários lemas e slogans, como "nem um ajuste a mais, nem um direito a menos" e por um orgulho com direitos e um Estado democrático que os garanta".
As mensagens apontam para o candidato ultraliberal Javier Milei e seu partido, Liberdade Avança, acusados pelo partido no poder de querer reduzir os direitos dos argentinos. Milei disputa a presidência com o atual ministro da Economia, Sergio Massa.
O candidato da extrema direita afirma que é contra a ideia de que onde há "uma necessidade, nasce um direito".
Entrevistado durante o evento, Jeremías Cevilán, de 36 anos, criticou o candidato do Liberdade Avança, não só pelas questões envolvendo a comunidade que defende o tema da marcha, mas também pelo direito igualitário às mulheres.
— Entre as palavras de ordem, está dizer "não a Milei", que propõe decisões e políticas que iriam contra a comunidade LGBT+ e, mais do que tudo, contra as mulheres — disse à AFP.
Durante o percurso da Plaza de Mayo até o Congresso, manifestantes entoaram cânticos contra o candidato libertário e a favor de Massa, conforme observaram jornalistas da AFP.
A Argentina foi pioneira na América Latina ao aprovar uma lei que reconhece o casamento entre pessoas do mesmo sexo, ou casamento igualitário, em 2010.