Nilo, um chimpanzé de 12 anos, parece esboçar um sorriso ao ver a técnica em educação ambiental Márcia Weber se aproximar com picolés de frutas para distribuir entre os primatas do Parque Zoológico, em Sapucaia do Sul, no Vale dos Sinos. Ele sempre é um dos primeiros a pegar o presente gelado, oferecido duas vezes ao dia e que ajuda a refrescar durante o verão gaúcho.
De acordo com veterinários, os animais também sofrem com as altas temperaturas. E é pelo bem-estar deles que o zoológico de Sapucaia distribui, além de picolés sem conservantes, sucos de frutas diversas. Os carnívoros recebem também carne ou sangue congelado.
Hoje, o zoológico de 160 hectares abriga 1.125 animais de 111 espécies. Aqueles vindos de regiões mais frias, como o urso-de-óculos, proveniente dos Andes, recebem mais atenção, pois não estão acostumados com o calor. São eles, inclusive, que ficam mais tempo no lago, junto com os tigres-siberianos.
— Temos um casal de ursos. Cada um, além de consumir muita água, bebe 500ml de suco gelado por dia. O mesmo ocorre com o casal de chimpanzés — conta Márcia.
Os primatas, no lugar de banho, preferem evitar o sol e se protegem na sombra. No ambiente das aves, onde ficam tucanos, papagaios, entre outros, os aspersores são ligados no período mais quente do dia, entre 11h e 15h, para deixar o espaço mais fresco.
O Parque Zoológico é aberto à visitação de terça a domingo, das 9h às 17h. O passeio não precisa ser agendado e não é permitida a entrada de animais de estimação no local (é uma maneira de proteger a fauna nativa e os visitantes).

Dicas para cuidar do seu pet no verão
Melhor horário
Para saber o horário mais indicado para levar o seu pet para passear é indicado colocar o pé descalço no chão. Se estiver quente para você, certamente, estará para o seu cão. O ideal é priorizar horários com sol e temperaturas moderados, e evitar períodos de baixa umidade do ar.
Na praia
Há cidades litorâneas que proíbem acesso de pets à orla por questões ambientais. As fezes dos animais de estimação podem conter larvas migrans cutâneas, o bicho-geográfico. No caso de o local estar liberado para o seu pet, cuidado com as patas, especialmente na areia quente. Lave e seque bem os pelos e pele após a exposição à areia e sal da praia para evitar dermatites.
Alimentação e hidratação
Alimentos úmidos, como patês, têm maior quantidade de água e são boas opções para dias quentes. A comida e a água devem ficar em local arejado, protegidos da exposição direta do sol. A água deve ser potável e fresca. Para gatos, recomenda-se vários recipientes pela casa, higienizados diariamente. Cubos de gelo ou de ração pastosa são bons atrativos para o pet se alimentar ou ingerir água.
Proteção solar
É importante passar protetor solar nos peludos, principalmente, nos animais com pelagem rarefeita, em decorrência de patologia ou tratamento, e em gatos brancos ou com focinhos e orelhas brancas, devido à incidência de câncer de pele. Luvas de silicone têm poder de hidratação para proteção das patinhas nos dias quentes.
Controle de parasitas
No verão, mantenha ainda mais o seu pet com o antipulgas em dia, dando preferência para produtos repelentes que ajudam a controlar mosquitos também. Pulgas e carrapatos tendem a causar infestações mais severas no período de calor. Além da coceira, há a transmissão de doenças graves.
Banho e tosa
Para aliviar o calor, intensifique o banho e a tosa e o uso de tapetes de gel. Entre as raças que mais sofrem com as altas temperaturas estão os mais peludos, como Spitz Alemão e Lhasa Apso, raças desenvolvidas para climas frios, como Chow-Chowe Husky Siberiano, e os braquicefálicos, como Pug e bulldogs.
Os riscos do calor
Excesso de calor pode levar o pet à morte, como nos casos de animais presos em veículos. Isso ocorre quando há internação ou hipertermia, o aumento da temperatura corporal. Entre os sinais clínicos estão: temperatura acima de 40°C, respiração ofegante, salivação excessiva, taquicardia, fraqueza e indisposição. Em casos mais graves, sintomas cardiovasculares, edema pulmonar, coma e óbito.
Fonte: Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul