Lado a lado, dentro de um dos laboratórios pertencentes ao Instituto de Oceanografia da Universidade Federal do Rio Grande (Furg), dezenas de vasilhas de vidro carregam a identificação da localização de onde foram retirados os materiais coloridos, por vezes pedregosos, armazenados dentro dos recipientes. Guardam areia trazida da Ilha Elefante, na Antártica, das praias argentinas, uruguaias, chilenas, caribenhas, norte-americanas, sul-africanas, indianas e brasileiras, incluindo a Ilha Trindade, no Oceano Atlântico, a cerca de 1,2 mil quilômetros do Espírito Santo, e, principalmente, das gaúchas. Um conjunto que foi sendo reunido ao longo de décadas por pesquisadores do instituto, incluindo o oceanólogo, professor e pesquisador Lauro Calliari. A maioria dos grãos veio das viagens para pesquisas feitas por Calliari, um dos desbravadores nos estudos sobre a costa gaúcha.
Areias que dizem muito
Notícia
Quem é o pesquisador cuja trajetória se confunde com a própria descoberta do passado do litoral gaúcho
Professor da Furg relembra trajetória de cinco décadas de pesquisa que incluem revelações sobre as oscilações das faixas de areia datadas de até 20 mil anos atrás