Sob os olhares atentos dos participantes, a primeira procissão do dia em homenagem a Santo Antônio reuniu dezenas de fiéis, que saíram em caminhada pelas ruas próximas à Igreja Santo Antônio do Partenon, no bairro Santo Antônio, em Porto Alegre, na manhã desta quinta-feira (13). Popular pela fama de casamenteiro, o santo tem uma história muito mais abrangente: é reconhecido por ajudar os mais pobres e proteger a família.
Guiando os fiéis, um carro da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) levou a imagem do santo, toda adornada com flores brancas e amarelas. Logo na Rua Paulino Chaves, o grupo foi recebido com acenos de lenços brancos pelos alunos do Colégio Rainha do Brasil. De acordo com a diretora, Maristela Dutra, a escola participa ativamente das atividades da paróquia.
— Eles adoram participar — contou a diretora, acrescentando que algumas turmas haviam participado da missa das 8h.
Um pouco mais adiante, na Rua Delfino Riet, era possível perceber o engajamento da vizinhança com os festejos: balões nas grades de residências e comércios, bandeiras, imagens e faixas exaltavam Santo Antônio. Pelas janelas, era possível avistar os moradores acenando à procissão. Em frente à Escola Estadual Santa Luzia, uma parada para abençoar alunos, professores e funcionários, que ornamentaram o muro com faixas com cartazes que enalteciam a união, a humildade e o respeito.
O céu azul, o sol brilhando e a temperatura amena contribuíram para que a procissão matinal tivesse um público maior em relação ao ano anterior, comemorou o frei Luiz Turra, pároco da igreja há 12 anos:
— Este ano, nosso lema é Santo Antônio, acolhe a todos em Cristo na comunidade, então nós, lideranças, temos que favorecer isso, para que a cada ano as coisas melhorem. É muito difícil que um padroeiro promova três procissões — comemorou.
Rezando e acenando com flores em punho, os fiéis, de todas as idades, acompanharam o trajeto, que durou cerca de uma hora. O público oficial deve ser divulgado no fim do dia pela Brigada Militar, que também auxiliou na caminhada.
Festa deve reunir cerca de 100 mil pessoas
A mobilização do dia 13 de junho é apenas uma parte de um trabalho feito ao longo do ano. O chamamento da população do entorno da igreja começa muito antes, explica Eleutério Luís Soligo, coordenador de Ação Solidária da paróquia:
— Essa devoção vem há muitos anos na comunidade. Seis meses antes da festa, a gente começa a preparar a comunidade, convidá-la para esse momento de espiritualidade com Jesus e Santo Antônio, que foi exemplo de santidade, humildade e trabalho.
Morador do bairro, o garçom Douglas Fernandes sempre vai à procissão. No ano passado, lembra, levou o filho Théo no colo e todo entrouxado em roupas devido ao frio. Neste ano, com um ano, o pequeno vestia uma espécie de batina que remetia ao santo.
— Viemos agradecer porque na época em que ele nasceu ficou internado. Então fizemos algumas promessas — comentou.
Quem também compareceu para agradecer as bênçãos foi Augustina de Paula, 79 anos. De pés descalços e vestindo roupas marrons em alusão a Santo Antônio, ela acompanhou a saída e chegada da caminhada.
— Todos os anos eu venho agradecer a Deus tudo o que consegui até agora — falou.
Tradicional no calendário religioso da Capital, os festejos de Santo Antônio reuniram, nesta quinta-feira (13), cerca de 100 mil pessoas, conforme números divulgados pela Brigada Militar. Somente as procissões contaram com 70 mil participantes.