Foram necessários 276 caracteres para que o autor de ficção científica Ale Santos, morador de Guaratinguetá (SP), saísse do anonimato e angariasse uma multidão seguidores no Twitter. Quando ele escreveu uma thread (sequência de mensagens) sobre o Holocausto no Congo promovido pelo rei belga Leopoldo II (estima-se que tenham sido 10 milhões de mortos entre o final do século 19 e o início do 20), ganhou visibilidade por trazer à tona um fato histórico desconhecido por grande parte das pessoas. Só o primeiro tuíte teve 1 milhão de visualizações. Ele repetiu a estratégia de divulgação para outras tantas narrativas que haviam sido apagadas, crimes que foram acobertados e conquistas de heróis e heroínas esquecidos pela historiografia oficial. O trabalho de pesquisa rendeu a Santos (ou @savagefiction) espaço como colunista em diversos portais e a oportunidade de lançar um livro, neste semestre, detalhando algumas dessas narrativas. Em entrevista por telefone, ele fala sobre as causas da invisibilidade histórica – entre as quais está o racismo.
Com a Palavra
"É necessário trazer olhares negros e indígenas para a História do Brasil", defende escritor Ale Santos
Autor ficou conhecido usando a técnica do storytelling para, no Twitter, contar histórias de personagens e populações em condição de invisibilidade
Iarema Soares
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