Serpenteando os buracos da estrada de chão batido que leva à comunidade do Barrocão, em Piratini, no sul do Estado, imaginava como seria a figura a nos esperar, talvez descansando a perna n'alguma porteira ou recostada em um alambrado, sorvendo um mate naquele comecinho de manhã de mais um comecinho de setembro. Fora recomendada previamente de que estávamos a caminho da sua história e de que não era preciso nenhum ensaio para falar de si. Que tolice pensar que Dona Iris Govea Brede, no alto dos seus 75 anos, completados em 11 de junho, faria cerimônia para falar das rédeas da vida, cujo controle parece nunca ter lhe escapado das mãos. Estava dentro de casa, organizando o café para as visitas, na companhia do marido, o agricultor e alambrador Gaspar Brede, 83 anos, e do neto Cássio, oito. O ruído da camionete a fez abrir a porta e, ao cruzar a soleira, já dava ordem ao rebuliço dos ovelheiros.
Singular
A dona do campo: conheça a agricultora de Piratini que representa a tradicional figura do gaúcho
Aos 75 anos, Dona Iris é referência na comunidade do Barrocão. Para ela, a lida campeira constitui a própria diversão
Bruna Porciúncula