O período entre o final da II Guerra Mundial, em 1945, e a crise do petróleo, no início dos anos 1970, foi considerado a Era de Ouro do capitalismo. Nesse intervalo, a economia mundial experimentou uma taxa de crescimento sem precedentes. Entre 1950 e 1973, a renda per capita na Europa ocidental aumentou a 4,1% ao ano. Apenas a Alemanha Ocidental alcançou 5%, e o Japão, surpreendentes 8,1%, segundo números do economista Ha-Joon Chang, da Universidade de Cambridge. Os EUA cresceram a 2,5%. O desemprego foi praticamente eliminado dos países capitalistas avançados, e a taxa de inflação era relativamente baixa. Mas, no subterrâneo das subjetividades, uma revolução estava sendo gestada. Ou melhor, várias. Era "o mal-estar na prosperidade", na precisa expressão que dá título a uma seção de um livro do historiador Tony Judt. Tudo irrompeu em 1968.
Revolução comportamental
50 anos do Maio de 1968: o legado do mês que mudou a história
Intelectuais reavaliam o movimento ocorrido na França em um dos anos mais turbulentos da história moderna
Fábio Prikladnicki
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