Compartilhar mensagens, vídeos e fotos com conteúdos sexuais por meios eletrônicos tem se tornado cada vez mais comum, especialmente entre os adolescentes, apontou um estudo publicado nesta semana no periódico JAMA Pediatrics. Chamado de "sexting", o comportamento pode ser reflexo do aumento no uso de smartphones pelos mais jovens.
Para chegar à conclusão, os pesquisadores analisaram 39 estudos sobre o tema, abrangendo 110.380 pessoas entre 12 e 17 anos. Desse total, 14,8% relataram ter enviado esse tipo de conteúdo, enquanto 27,4% disseram ter recebido. Isso significa que um a cada sete adolescentes envia essas mensagens e um a cada quatro recebe. Um salto e tanto em relação a um dos primeiros estudos sobre o assunto, publicado em 2009. Feito com adolescentes entre 12 e 17 anos, esse levantamento indicou que 4% dos pesquisados enviavam e 15% recebiam imagens de nudez ou seminudez. Em 2012, uma outra pesquisa também apontou números menores entre pessoas de 10 a 17 anos: 2,5% afirmaram enviar e 7,1% disseram receber esses conteúdos.
Embora os pesquisadores acreditem que essa troca de materiais possa ser normal no comportamento sexual e de formação de identidade na era digital, eles alertam para a necessidade da educação sobre o tema.
— Não é terrivelmente surpreendente considerando a idade dos adolescentes, o interesse sexual aumenta. Eles estão tentando descobrir quem eles são — disse à CNN o coautor do estudo, Jeff Temple, professor de psiquiatria da University of Texas Medical Branch.
Por outro lado, o levantamento revela dados preocupantes: o percentual de encaminhamento desses conteúdos sem consentimento é de 12% e os relatos de quem teve um material disseminado sem autorização somam 8,4%.
Parte desse fenômeno é reflexo do aumento o uso de smartphones. Conforme os pesquisadores, era esperado que as taxas de sexting fossem maiores em dispositivos móveis em relação aos computadores, pois eles permitem a troca rápida e imediata de mensagens e também parecem ser mais privados.