A cura para quem sofre com linfoma pode estar no próprio corpo do paciente - o autotransplante de medula óssea. O procedimento é realizado para promover o restabelecimento fisiológico após intensas doses de quimioterapia. Esse procedimento é indicado para o tratamento de linfoma não Hodgkin, contra o qual o ator Reynaldo Gianecchini, 39 anos, luta desde agosto do ano passado.
Nessa quinta-feira, Gianecchini voltou a ser internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, segundo informações do hospital. A pedido da família e do próprio ator, o hospital não pode passar mais informações sobre a internação. Em novembro, Gianecchini chegou a mencionar o autotransplante como alternativa para se recuperar do câncer no sistema linfático, mas ainda não foi submetido à técnica.
Como funciona
O autotransplante de medula óssea consiste na coleta de células progenitoras hematopoéticas (TCPH). Essas células são responsáveis pela produção de glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas. Num processo semelhante à hemodiálise, o paciente tem o sangue separado por um equipamento denominado máquina de leucaférese. Cerca de 300 ml de sangue são obtidos pelo aparelho, contendo as células progenitoras coletadas e, em seguida, é criopreservada. Ao final da quimioterapia, são devolvidas as células progenitoras previamente retiradas e descongeladas.
As células progenitoras estão localizadas no interior da medula óssea, contida no centro dos ossos, e também na corrente sanguínea. Após o procedimento quimioterápico, essas células são reinjetadas no paciente. Ao fazer o autotransplante, o corpo é estimulado a produzir novas células sanguíneas, responsáveis por levar oxigênio e nutrientes para todo o organismo.
Recuperação
Segundo o diretor da Clínica Oncocenter, de São Paulo, Celso Massumoto, a indicação desse tratamento é analisada de acordo com o estágio de desenvolvimento do linfoma não Hodgkin, bem como a idade e as condições do paciente.
- Nos casos em que o tratamento é recomendado, o paciente se submete a altas doses de quimioterapia, até 30 vezes maior que as aplicações usuais. Por conseqeência, o procedimento destrói células cancerígenas, além de outras responsáveis pelo bom funcionamento do organismo, como as imunológicas e as do sangue - explica o hematologista.
Massumoto aponta que após o procedimento, o paciente precisa de cuidados especiais, visto que estará extremamente deficiente de células imunológicas. Assim, não raramente, é indicada sua permanência em ambientes dotados de filtros nas entradas de ar condicionado. O contato com outras pessoas e com a alimentação também requer maior atenção. A retomada das atividades cotidianas acontece gradualmente, de acordo com as avaliações médicas. As chances de cura, conforme o médico, chegam a 70%.
Contra o câncer
Entenda o autotransplante de medula óssea, indicado para tratar linfoma não Hodgkin
Tratamento para restabelecer danos provenientes de altas doses de quimioterapia apresenta chances de cura perto de 70%
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