Engravidar naturalmente ou com o auxílio das técnicas de reprodução humana assistida não tem efeito algum sobre o parto. A conclusão consta do estudo de pesquisadores da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia (NTNU), liderados por Liv Bente Romundstad.
O grupo analisou o registro de gravidez de 1,2 milhão de mulheres norueguesas, cujos partos foram informados ao Registro de Nascimento de Medicina da Noruega, entre 1984 e 2006. Deste contingente, 8.229 foram gravidezes resultantes do emprego de tecnologia de reprodução assistida.
A Noruega tem uma base de dados única, propícia para estudar os resultados dos partos e comparar dados. O Registro Médico de Nascimentos do país contém dados de todos os nascimentos noruegueses, desde 1967.
E a partir de 1984, quando foram registrados nascimentos resultantes do emprego das técnicas de reprodução humana assistida, além dos registros dos nascimentos, há também o registro do acompanhamento destas gestações, o que documenta o modo como o governo norueguês trata estas mães.
Segundo o estudo de Romundstad, a taxa de cesáreas observada nos dois grupos de mulheres foi bastante semelhante. Em uma série de artigos publicados nas revistas The Lancet e Human Reproduction, os pesquisadores afirmaram que não encontraram diferenças - peso ao nascer, idade gestacional, risco de serem pequenos para a idade gestacional e parto prematuro - entre os bebês de mulheres que conceberam espontaneamente e os de mulheres que conceberam, após a fertilização assistida.
Cesárea ou parto normal?
Na década de 80, início do emprego das técnicas de reprodução humana assistida, a cesariana era a escolha mais comum dos médicos e das mulheres que se submetiam aos tratamentos.
- Isto se explica porque, geralmente, as mães que têm filhos com o suporte das técnicas de reprodução assistida são, na verdade, um pouco mais velhas que a média, tendem a ter gestações mais curtas e menos nascimentos anteriores. Assim, a cesárea era a opção mais segura na época - explica Joji Ueno, ginecologista, diretor da Clínica GERA.
O especialista destaca que a reprodução assistida em si não tem um efeito adverso na gravidez ou no nascimento dos bebês.
- O que pode haver são condições de saúde que diferem em mães que utilizam as tecnologias reprodutivas, em comparação às mães que não precisam de ajuda para engravidar. A tecnologia empregada não determina o tipo de parto - diz o médico.
- As clínicas de reprodução humana buscam evitar intervenções cirúrgicas desnecessárias. Portanto, se não existirem outras indicações médicas, não há razão para lidar com as mães que engravidaram por meio de reprodução assistida de forma diferente da que lidaríamos com mães da mesma idade, que tiveram o mesmo número de nascimentos e que engravidaram naturalmente - explica Ueno.
Notícia
Reprodução assistida não interfere no tipo de parto, conclui estudo
A taxa de cesáreas observada nos dois grupos de mulheres foi bastante semelhante
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