A chegada do Versa, prevista para o primeiro semestre, foi adiada, mas deverá ocorrer ainda neste ano. Já o Sentra virá mais tarde. O adiamento foi provocado pela pandemia do coronavírus, que compromete os mais diversos setores do país. Para o presidente da Nissan do Brasil, Marco Silva, o cenário atual é preocupante. A empresa mantém seus projetos, que foram adequados à nova realidade. Apesar das dificuldades, a participação da marca japonesa avançou na região Sul e nos próximos meses terá duas novas concessionárias, em Ijuí e Gravataí, no Rio Grande do Sul.
Com 39 concessionárias, a região Sul representa 16,2% das vendas da marca, a segunda maior da Nissan no país. Curitiba, Porto Alegre, Joinville, Florianópolis e Maringá são os principais mercados.
A picape Frontier puxou as vendas e representou 13,9% de participação da marca no mercado do Sul entre abril e junho deste ano, percentual acima da média nacional, que foi de 8,6% no mesmo período. O Kicks superou a participação de 10% das vendas da Nissan na região.
A importância do papel econômico e social do agronegócio foi ressaltado pelo presidente da Nissan. A venda de picapes aumentou no Centro-Oeste mas caiu na região Sul, onde a Frontier liderou no Paraná e o utilitário esportivo Kicks em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.
Efeitos do coronavírus
O executivo, durante entrevista pela internet, destacou a atenção da montadora na pandemia e as ações para preservar a saúde de seus funcionários e familiares e de seus clientes. A produção de veículos no complexo de Resende (RJ) parou por três meses. Na retomada, em 24 de junho, foram tomadas medidas e firmados protocolos de saúde e segurança com base nas recomendações das autoridades sanitárias.
A Nissan implementou um programa de certificação dos concessionários com a padronização das medidas de segurança e higiene. Também adotou ações como facilidades de financiamento, primeira revisão grátis e flexibilização dos prazos de revisão dos veículos.
O cenário atual provocado pela pandemia do coronavírus e a queda forte da venda de veículos foi considerado preocupante para toda a cadeia automotiva. O presidente da Nissan lembrou que a viabilidade dos negócios precisa de medidas a curto, médio e longo prazos. O tema é constante nas discussões na Anfavea (entidade dos fabricantes), com o governo federal e com o BNDES.
Como um dos pilares da economia brasileira, a indústria automotiva tem que fazer parte da retomada do país
MARCO SILVA
Presidente da Nissan Brasil
Silva reiterou que a situação atual, com endividamento a curto prazo, terá impacto a médio e longo prazos e que a cadeia automotiva precisa estar fortalecida para enfrentar as dificuldades. Ele enfatizou a importância de medidas a curto prazo, mas defende que o setor automotivo precisa de uma política de médio e longo prazos.
O governo, a indústria automobilística e a iniciativa privada precisam ver como sair da situação.
— Como um dos pilares da economia brasileira, a indústria automotiva tem que fazer parte da retomada do país — afirmou.
O principal executivo da Nissan admite que a retomada poderá ocorrer em uma parte do Brasil, enquanto a outra poderá sofrer bastante. Situações que também poderão ser vistas nos diversos setores da economia brasileira.