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A Ford decidiu que não produzirá mais praticamente todos os seus carros de passeio nos Estados Unidos, seu principal mercado. A tradicional fabricante norte-americana anunciou esta semana que não investirá mais na renovação de modelos como Fusion, Fiesta e Focus. Com isso, a marca pretende resumir toda sua linha de carros a dois modelos: o famoso superesportivo Mustang e o Focus Active, a versão aventureira do sedã, prevista para ser lançada em 2019.
Nos próximos dois anos, a empresa pretende enxugar custos em segmentos de mercado pouco promissores e investir mais na venda de SUVs, crossovers e picapes. Um estudo feito pela Ford aponta que 90% dos veículos vendidos até 2020 serão de grande porte. Além disso, a marca promete investir pesado na adoção de motores híbridos e elétricos. Tanto o Mustang quanto a picape F-150 terão motores movidos a eletricidade.
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“Estamos comprometidos em tomar as medidas apropriadas para impulsionar o crescimento rentável e maximizar o retorno de nossos negócios durante o longo prazo”, disse Jim Hackett, presidente e CEO da Ford americana. Ou seja, investir nos carros com maior potencial de crescimento.
Futuro incerto no Brasil
Resta saber como esse plano poderá impactar os planos e o portfólio da marca no Brasil. Atualmente, o Fusion, importado do México, lidera o segmento de sedãs grandes. Com o fim da produção por lá, o sedã poderá ser importado de outro mercado ou deixar de ser vendido por aqui. De acordo com dados da Fenabrave, em 2017, o modelo emplacou 4.401 unidades, superando (e muito) o segundo colocado VW Passat, com 545 unidades vendidas.
A permanência do Fiesta, fabricado em São Bernardo do Campo (SP), continua uma incógnita. O hatch não recebeu a nova geração vendida na Europa, passou apenas por reestlização em novembro do ano passado.