Renato Gava
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Maior evento do gênero na América Latina, o Salão do Automóvel de São Paulo abre dia 10 ao público e deve reunir, durante 10 dias, mais de 750 mil pessoas. São mais de 30 marcas e 120 expositores na 29ª edição, realizada em anos pares desde 1960. Mesmo que a indústria automotiva viva anos de crise, as apostas são altas para 2017. Enquanto na Europa o assunto é a eletrificação dos veículos, por aqui permanece a tendência de se investir no seguimento dos utilitários esportivos. Confira as atrações apresentadas à imprensa na véspera do evento.
Chevrolet
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Depois de um inexplicável descaso com o segmento dos SUVs, a General Motors volta seus olhos para o setor. Foi o que mais chamou atenção na apresentação da fábrica no Salão de São Paulo. O Tracker, que nunca conseguiu emplacar por ter começado no país com um motor de apenas 87 cavalos de potência, passou por uma grande repaginada e passa a ser a aposta da marca americana para 2017. Embalada por se firmar como montadora número 1 do Brasil, a montadora anunciou preço convidativo para a categoria: a partir de R$ 80 mil, com câmbio automático deseis marchas (o único disponível no veículo)
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O motor é o 1.4 turboflex Ecotec, com 153cv abastecido a etanol. O veículo chega ainda este ano às concessionárias, na sversões LT e LTZ - este último com recursos como teto solar elétrico. No visual, o suvinho lembra um pouco o Cruze. Com as mudanças, a GM espera ao menos incomodar líderes de mercado como Renegade - em sua versão básica. Em 91 anos operando no Brasil, a empresa jamais havia conseguido ser a número 1 em vendas durante 12 meses seguidos. Vai obter o feito pela primeira vez em dezembro.
Fiat
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Enquanto ainda tentam melhorar a aceitação no país dos seus veículos de entrada, os italianos comemoram o sucesso nas picapes. Uma a cada quatro vendidas no Brasil é da marca. Lançada este ano, a Toro fechou outubro como líder no segmento. Depois da versão Tiger Shark, apresentada à imprensa na semana passada, a montadora mostrou no Salão a Toro Black Jack. O motor é o mesmo 2.4 flex, com 186 cavalos e toque de 24,9kgm.f com álcool. A diferença está no visual. Toda preta, a picape média tem rodas de 17 polegadas, bancos em couro e DRL nos faróis dianteiros. O modelo começa a ser vendido no primeiro semestre do próximo ano. O valor ainda não foi definido, mas ficará em torno dos R$ 130 mil.
Outra novidade é no Mobi. Lançado este ano, o carro ganha sua sétima versão, a primeira com motor de três cilindros. Em um teste feito em estrada com cinco jornalistas em uma viagem de 570km, entre o interior de Minas Gerais e a capital paulista, o veículo fez média de 27,1km/l a 81km/h. Batizado de Mobi Drive, ele vem com o sistema live on, que permite transformar um smartphone em uma central multimídia - o aparelho pode ser colocado em um espaço no painel e, após baixar um aplicativo,o usuário consegue comandar o som e verificar a economia na condução, entre outros itens. Com potência de 77cv com etanol, ele chega até o final do mês às concessionárias. Até fevereiro, o pequeno ganhará uma versão com câmbio automático.
Jeep
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Depois de pular da 24ª para a 10ª posição no mercado nacional em apenas dois anos, a Jeep tem motivos de sobra para sonhar alto. Os americanos apostam nos brasileiros endinheirados que querem ter um carro grande e cheio de conforto. Prova disso é a chegada, ainda no primeiro trimestre, da Cherokee Overland. Com suspensão regulável e teto panorâmico, custará R$ 320 mil.
Mas o veículo que a Jeep está convicta que será sucesso total de vendas é mesmo o Compass, apresentado há menos de dois meses, cujas vendas começam este mês, com valores entre R$ 100 mil e R$ 150 mil, dependendo da configuração. De acordo com a fábrica, mas de mil unidades já foram encomendadas por clientes de todo o Brasil.
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Toyota
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Ainda não foi desta vez que os japoneses trouxeram ao Brasil o CH-R. Ou melhor, até trouxeram. Mas apenas para mostrar. Uma versão futurista do SUV brilhou no estante da montadora, que dobrou sua participação no mercado da América Latina nos últimos três anos. Futurista e cheio de curvas, o automóvel foge bastante do tradicional estilo da marca.
Presidente da Toyota no Brasil, Koji Kondo anunciou que o Prius teve sua garantia estendida para oito anos (eram cinco) em todas as peças do sistema híbrido. É uma maneira de tentar fazer decolar o modelo, cujas vendas são inexpressivas ainda no Brasil.