Toda a final de Libertadores é histórica, mas o Botafogo sublimou. O título conquistado em Buenos Aires é uma alegria brasileira que só não contagia, por óbvio, a torcida botafoguense. O que se viu na Argentina, mesmo antes da partida, foi uma invasão em preto e branco que tinha visível maioria do clube carioca. Esta superioridade era numérica e de empolgação.
Os hermanos ficaram boquiabertos - provavelmente com inveja - vendo o templo do Monumental de Nuñez vibrando em língua portuguesa.
Venceu o melhor time, no papel e no campo. Só não dá para dizer que deu a lógica porque ela foi ameaçada na expulsão justa de Gregore no primeiro minuto de jogo. Ganhou o jogo quem tem Luiz Henrique, o melhor jogador que atua no Brasil neste momento. Foi vitorioso o time treinado pelo melhor treinador. Arthur Jorge deu um banho no impotente Milito, se dando ao luxo de botar em prática a sábia decisão de não mudar a equipe após a expulsão. Isto é coragem e convicção.
Como o Galo viveu momentos de xodó nacional em 2021 quando ganhou o Brasileirão depois de 50 anos, o Fogão era o mais querido do Brasil na final. Valeram desde recordações de Nílton Santos ou Garrincha, passagens por Jairzinho que estava presente no Monumental ou a visão de que o clube que virou SAF já tem seu primeiro grande troféu e está garantido para dois mundiais. O neologismo "Botafoguear" passou a ser sinônimo de "vencer"
O futebol precisa agradecer ao Botafogo. O chamado no Rio de Janeiro de "clube dos gaúchos" por obra de gente como João Saldanha, Luís Mendes, Rivadávia Corrêa Meyer e Valdir Espinosa, venceu sua primeira Libertadores com técnica, disciplina, superação, heroísmo e, acima de tudo, com festa, antes, durante e depois. Cabe à gauchada, especialmente à dupla Gre-Nal, agradecer.
O Inter está mais do que nunca garantido na fase de grupos da "Liberta 2025" e o Grêmio passou a ter no São Paulo, adversário deste domingo, outro clube garantido na competição no ano que vem e muito mais relaxado para a partida da tarde na Arena. Além disto, a possibilidade de vaga na Sul-Americana aumentou e o Tricolor até está incluído neste grupo, apesar da décima quarta posição.
Mais do que nunca Lamartine Babo, o mestre dos hinos carioca acertou: "...Tu és o Glorioso..."