Nunca se previu algo diferente de uma carga muito pesada para o técnico que sucedesse Renato Portaluppi no Grêmio. O sucessor estaria entrando no lugar de uma era vencedora e não apenas de um treinador. Tiago Nunes está conseguindo vencer da melhor maneira os primeiros obstáculos. Passados os seis primeiros jogos com seis vitórias, os gremistas podem se perguntar: "Será que, se Tiago tivesse chegado logo após a Copa do Brasil, o time não teria seguido na Libertadores?". Isso é uma demasia, mas dá a dimensão do bom trabalho após a troca de comando.
É cedo, e os adversários, até agora, não foram os mais desafiadores para um julgamento definitivo. Mas também é verdade que, contra inimigos semelhantes, o time da dupla Renato/Alexandre Mendes cometia mais pecados do que o atual.
Sem haver revolução tática, a equipe está rendendo mais, os passes estão mais acertados e o jogo no espaço curto reapareceu. Muito, é verdade, se deve à chegada de Thiago Santos, a indicação dos tempos do ex-treinador que caiu como um presente dourado para Thiago Nunes. O Grêmio está se reorganizando.
A vitória sobre o Lanús na Arena foi com grande tranquilidade e reafirmando crescimento em figuras importantes como Matheus Henrique e Diogo Barbosa. Há ainda o caso de Ferreira, uma afirmação que acontece jogo a jogo, fazendo reviver o surgimento de seus antecessores Everton e Pepê.
Ganhar dos argentinos classificou o Grêmio para a fase de mata-mata da Copa Sul-Americana, deu a chance de administrar as longas viagens para Venezuela e Colômbia e, acima de tudo, deixou a confiança alta para o início da decisão do Gauchão. Não fosse a preocupação gerada pela lesão de Thiago Santos, a noite de quinta-feira (13) teria sido perfeita. Ela foi "apenas" excelente. O time de Tiago Nunes já está melhor do que aquele que Renato deixou.