Não há jogador no Grêmio que divida mais opiniões ou gere mudanças de pontos de vista nas pessoas como Jean Pyerre. De "craque" a "enganador", praticamente tudo já se ouviu falar do meia que segue sem se definir.
Quem se encantou com algumas atuações tecnicamente diferenciadas também já se frustrou com uma falta de competitividade irritante. Defendê-lo, reiterando que ele será alguém de nível de Seleção e uma possível venda milionária para a Europa, está ficando cada vez mais difícil.
Não se nega a Jean Pyerre o reconhecimento de que ele possui uma qualidade invejável e rara com a bola. Até os mais críticos acham isto. Há, porém, até de parte de seus defensores, a consciência de que a ausência de constância e um comprometimento altamente discutível o tornam ainda um jogador incompleto.
Seu mais ilustre admirador, o ex-jogador Tostão, já deixou claro que Jean precisa se definir e assumir a postura de quem quer ser importante para seu time. Enquanto isso, quem teve posição contrária ao futebol do gremista desde que ele surgiu se deleita com o fato de ele cada vez mais parecer uma promessa que não se confirmou.
Foi praticamente unânime a aprovação ao ato de Romildo Bolzan Júnior não ter negociado Jean Pyerre com o Palmeiras em troca de Rafael Veiga, Rony, Gustavo Scarpa e mais a quitação de Diogo Barbosa, como propunha o clube paulista.
Hoje, não é de se duvidar que o próprio presidente gremista esteja arrependido. Agora, surge uma sondagem de um clube do Canadá. Ainda que jogando na liga norte-americana, tal possibilidade precisava ser abortada pelo próprio jogador. Não pode fazer parte da ambição de alguém com as qualidades atribuídas ao meia gremista admitir algo diferente do futebol europeu para seu futuro. Beira o conformismo, a falta de ambição, algo que dele é cobrado em campo.
Primeiro, os defensores de Jean Pyerre esperavam sua afirmação após a recuperação médica. Não veio. Depois, aguardou-se uma maior tranquilidade pessoal com a solução de problemas de saúde na família. Outra vez, ele ficou devendo futebol. Mais recentemente, uma boa atuação na derrota para o Independiente del Valle na Arena parecia dar um bom sinal, mas a sequência não aconteceu.
A última novidade para trazer esperança foi a chegada do amigo Tiago Nunes para dirigi-lo. O que se viu foi nenhuma mudança de atitude do atleta. Não há nada mais duro para quem confia e dá força para alguém do que não ver correspondência ou esforço para tal. A decepção gera muitas vezes as críticas mais ácidas, como num sentimento de traição, ainda que, por algum motivo, se siga acreditando numa causa ou numa pessoa.
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