Terminou na Arena do Palmeiras um ciclo no Grêmio. O que havia de herança do famoso futebol que encantou o Brasil há algumas temporadas está exaurido. A terra está arrasada, mas não infértil. Bastam providências imediatas e profundas para que as carências em diversas áreas do futebol sejam supridas e se tenha um novo horizonte. A quantidade de problemas é muito grande e perfeitamente identificável.
Sob o comando de Renato Portaluppi é possível se reconstruir um projeto e uma equipe. Ele, porém, precisará ser o primeiro a se dar conta disto. Não será perda de poder se houver decisões mais compartilhadas, não apenas com o treinador se reportando ao presidente do clube. O Grêmio se submeteu a uma mudança estrutural na temporada passada em seu departamento de futebol e objetivamente não houve avanço. A preparação física está por ser mudada novamente e na área dos goleiros, enquanto há uma crise na posição no clube, o antigo profissional é campeão da América e da Copa do Brasil.
Chegando ao time, a temporada 2020, encerrada com a perda da Copa do Brasil, escancarou necessidades como não se tinham nos últimos anos. Precisar contratar goleiro, lateral, zagueiros, meio campistas e até atacantes é sinônimo de encerramento de uma etapa. Se fala em quatro reforços. Talvez seja muito pouco, a não ser que haja contratações de um padrão diferente e muito mais elevado do que a média recente.
Romildo Bolzan Júnior garantiu que serão encaminhadas tais mudanças. O caráter de urgência é conhecido pelo presidente que precisará fazer sua maior transformação desde que assumiu o cargo. Não é o momento de dificuldade que tirará o crédito do dirigente. Ele tem uma bagagem positiva no futebol, administrativa e institucionalmente. É com esta credibilidade que Romildo contou para manter Renato e restringir os poderes do treinador. Se o Grêmio não se der conta que o modelo que brilhou em 2016 e 2017 está totalmente apagado, 2021 repetirá perigosas turbulências.