Robinho jogou muito, pedalou, encantou, foi campeão, pintou como craque e até pode se dizer que chegou a ser. A habilidade que tem como jogador de futebol ele não mostrou na vida e cometeu um crime pelo qual foi condenado e, por incrível que pareça, se julga imune. O Santos, seu berço como jogador, quase escorregou ao dar guarida a um cidadão que não é mais o exemplo que um dia foi.
Houve bom senso no clube e o contrato assinado para mais uma volta do atacante foi suspenso. Salva-se a única imagem que podia se salvar, a da instituição. A do cidadão segue emporcalhada pelo estupro pelo qual foi condenado e mais suja por suas falas sobre o caso que estão sendo divulgadas pela Justiça italiana.
Este caso envolvendo Robinho é daqueles em que os que um dia foram seus fãs perdem completamente qualquer idolatria. Alguns chegam a pegar nojo. O máximo que pode é considerar que o gênio das pedaladas simbolicamente faleceu, dando lugar a um criminoso que não merece admiração. São estes, os admiradores, os mais atingidos e traídos pelo jogador e seus atos.
Ficou deste episódio, que faz parte de um processo maior, o fato de que o Santos foi salvo pelo bom senso num segundo momento. No entanto, ficou a dúvida quanto a pessoas que ainda julgam que um jogador de futebol só é interesse do clube do estádio para dentro.
Isto precisa mudar. Por mais craque que alguém seja, seguirá sendo um cidadão e tendo missões de servir de exemplo, uma vez que são figuras públicas. Que o processo se encerre logo. Que Robinho tenha definido seu futuro para cumprir o que lhe for imputado como pena para, só então, ambicionar uma nova vida em que saiba identificar entre o que é uma conduta correta e uma postura criminosa.