
O Inter joga contra o Grêmio, mas antes enfrentará a si próprio no clássico deste sábado (3). Os últimos três confrontos, todos após a parada pela pandemia e com vitórias tricolores, mostraram em comum um problema colorado: a vulnerabilidade do meio-campo. Este será o primeiro desafio do time de Eduardo Coudet, que precisará transformar esta providência em fator determinante para a marcação de gols, coisa inédita na sua gestão como treinador contra o rival.
A probabilidade é grande de que o Inter esteja com a melhor formação possível entre os meio-campistas. Dificilmente a tão desejada vitória colorada se dará sem que Edenilson volte a jogar bem, seja dando ritmo ao setor com seus deslocamentos ou tentando infiltrações. Suas aparições ofensivas podem render até gol, como o que determinou a última vitória colorada em clássicos há mais de dois anos.
Edenilson aparecerá pela direita, e Patrick é o meio-campista pela esquerda. Caberá a ele o duelo pessoal, a tentativa de abrir a defesa adversária a dribles, seja derivando pelo meio ou aberto, combinando com subidas do lateral, seja Uendel, mais preciso para cruzamentos, ou Moisés, com mais energia para o combate contra o lado direito do Grêmio. Apesar de fazer gols eventualmente, não se deve dar a Patrick esta incumbência.
O Inter precisará buscar seus gols através de quem vem sendo seu salvador. Embora a boa fase no Brasileirão, Thiago Galhardo está em dívida em clássicos e, desta vez, não terá pela frente a dupla de zaga invencível em Gre-Nais. Sem enfrentar Geromel e Kannemann, o Inter pode se valer de um entrosamento menor da zaga tricolor. Para isso, é preciso que a bola chegue para Galhardo ou, mais adiante, para Abel Hernández. Se Coudet preferir outro avante, o Inter perderá poder na jogada aérea.
Tentar fazer investidas pelo meio dependerá muito dos meias se desvencilharem dos três volantes do Grêmio. Neste contexto congestionado, será preciso arriscar na bola de média distância, e aí entra a importância de Boschilia.
Resta saber se a opção inicial de Coudet será de tomar a iniciativa, tentando o gol cedo, ou o recuo para tentar se aproveitar de contra-ataques. O último Gre-Nal mostrou um domínio do Grêmio desde o início exatamente porque o Inter preferiu esperar e nunca conseguiu sair com competência. É bem provável, e até recomendável, experimentar algo diferente.