O que funcionou contra o Palmeiras e no Gre-Nal já não deu certo diante do Atlético-MG. Os três volantes jogando juntos no meio-campo gremista se mostra muito mais uma solução temporária do que uma receita permanente. Há, porém, um fator que dificulta muito a vida do técnico Renato Portaluppi. Ele não pode contar, e nem deve, com Jean Pyerre, que seria a solução ou a ilusão definitiva para o setor mais importante do time.
No espaço de mais de um ano, desde o início de setembro do ano passado, Jean Pyerre disputou apenas oito partidas, todas elas já em 2020. Seu protagonismo no time está muito mais calcado no que ele já mostrou isoladamente, sem uma grande sequência, do que na segurança de uma retomada. Ele é um grande projeto de melhor jogador da equipe depois da saída de Everton, mas a cada dia deixa mais dúvidas para quem o admira. Neste ponto, considere-se como maior prejudicado o treinador, que não dispõe de uma alternativa com as características e com a qualidade técnica já demonstradas pelo ex-titular.
No lugar em que já houve o "Maestro Pifador" Douglas e o Rei da América Luan, tinha-se justificada a expectativa com Jean Pyerre. Isso hoje é uma dúvida gigantesca, tanto que há gremistas que defendiam uma troca do jogador com o Palmeiras, algo rechaçado pela diretoria. Se há alguma justificativa para o equívoco cometido com a contratação de Thiago Neves é o quase pânico de Renato pela ausência de um meia. Tentar Robinho nesta função é uma opção, embora não se possa apostar como solução definitiva. Enquanto espera mais uma recuperação daquele que na teoria é titular absoluto, é bom o Grêmio pensar com carinho na abertura dos cofres para a busca de um grande reforço na janela de transferências que se abre agora em outubro. É questão de segurança.