A prisão de Fabrício Queiroz, cofre e bomba-relógio da família Bolsonaro, vai ter efeito nulo. Faz parte de um jogo político, mas é improvável que ele diga qualquer coisa que possa comprometer o presidente e seus filhos. Primeiro, por lealdade, já comprovada inúmeras vezes anteriormente. Segundo, porque ficará pouco tempo preso, a não ser que algum fato novo e surpreendente seja revelado.
Olhando para as lições da Lava-Jato, os envolvidos nas maracutaias só abriram o bico quanto sentiram que, se não falassem, apodreceriam na cadeia. Foi assim com Marcelo Odebrecht, que chegou a debochar da própria prisão. Meses depois, quando entendeu que veria o sol nascer quadrado por muitos anos, baixou a crista e contou o que sabia. A exceção é José Dirceu, que aguentou firme o tranco.
Fabrício Queiroz, preso hoje em Atibaia, não tem qualquer motivo para contar o que sabe. Deve ser solto daqui a pouco e voltar às sombras, onde tem proteção e espaço para guardar o que tem mais precioso tem: o silêncio.