
O Melhor Amigo (2024), que estreia nesta quinta-feira (13) em dois cinemas de Porto Alegre — CineBancários e Sala Eduardo Hirtz —, é o segundo longa-metragem do diretor cearense Allan Deberton. O primeiro, Pacarrete (2019), sobre uma bailarina aposentada que tenta estrelar um espetáculo na cidadezinha onde mora, no interior do Ceará, foi um fenômeno no circuito de premiações.
No 47º Festival de Gramado, Pacarrete arrebatou oito Kikitos: melhor filme, direção, atriz (Marcélia Cartaxo), ator coadjuvante (João Miguel), atriz coadjuvante (Soia Lira), roteiro, som e o troféu do Júri Popular. No Grande Otelo, concedido pela Academia Brasileira de Cinema, conquistou outras oito categorias: atriz, ator coadjuvante, roteiro original, direção de arte, maquiagem, música, melhor comédia e o prêmio do público.
O lançamento de O Melhor Amigo faz parte da programação de 15 anos da Sessão Vitrine Petrobras, projeto da distribuidora Vitrine Filmes, com patrocínio cultural da Petrobras, que exibe produções brasileiras em salas de cinema comerciais com ingressos a preços reduzidos. O filme é baseado no curta homônimo que Deberton lançou em 2013 e que tem a seguinte sinopse: "No primeiro dia de férias, Lucas e Felipe decidem ir à praia. O passeio se mostra revelador para Lucas, que é tomado por sentimentos inesperados que dão origem a uma paixão platônica e oculta".
O novo O Melhor Amigo não é exatamente uma extensão, mas uma reinvenção da obra anterior.
Trata-se de uma comédia romântica musical sobre o jovem Lucas (Vinicius Teixeira), que, frustrado com as exageradas declarações de amor do seu namorado, o gordinho Martin (Léo Bahia), decide viajar sozinho a Canoa Quebrada, no litoral cearense, onde acaba reencontrando uma antiga paixão de faculdade: o marombado Felipe (Gabriel Fuentes), agora guia turístico.
O filme procura celebrar a estética dos anos 1990 e apela para a nostalgia da década de 1980. Além de escalar Gretchen para uma participação especial, faz o elenco reinterpretar, no canto e na dança, sucessos radiofônicos como Amante Profissional, Escrito nas Estrelas, Perigo e Mais uma de Amor (Geme Geme).

Vou ser sincero: concordei bastante com a opinião do crítico Bruno Carmelo, no site Meio Amargo. Achei os personagens infantilizados ou estereotipados, não dei risada nenhuma e, mesmo entendendo a "proposta" dos números musicais, creio que ficaram muito aquém do potencial. Faltou visceralidade (as canções nunca parecem vir da boca dos atores), faltou abraçar mais o kitsch, faltou criatividade na direção de fotografia, que, como apontou Carmelo, é muito frontal, sem explorar ângulos, pontos de vista ou profundidades.
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