No sábado (3), assistimos à final dos 100m rasos e do salto triplo feminino nos Jogos Olímpicos de Paris. E as vencedoras foram uma surpresa para muitos espectadores, não só por elas não estarem entre as favoritas para levar o ouro, mas pelas duas terem nascido na pequena ilha de Santa Lúcia e Dominica, no Caribe, respectivamente.
Julien Alfred e Thea LaFond são os nomes das duas atletas que fizeram história dentro de seus países. Até sábado, nenhuma das duas nações havia conquistado medalhas olímpicas de nenhuma cor e, com uma diferença de aproximadamente 30 minutos, elas ganharam dois ouros inéditos.
As duas ilhas têm uma população combinada de aproximadamente 250 mil pessoas, o que torna o feito delas ainda mais extraordinário.
Para se ter uma noção, tanto Santa Lúcia quanto a Dominica enviaram uma delegação de apenas quatro atletas para Paris. Em comparação, a maior delegação, que é dos Estados Unidos, enviou 640 competidores.
E essas atletas são exemplos de como e por que o esporte é um agente transformador. Algumas imagens da comoção do público dos países que estavam assistindo às provas e à celebração após a confirmação das medalhas circularam nas redes, e é de fato muito emocionante.
Pode parecer pouco, mas, pensando bem, as medalhas podem ser catalisadoras até de uma mudança na estrutura dos próprios países.
Pode ser que, a partir delas, haja mais interesse e disponibilidade de recursos para o desenvolvimento do esporte dentro deles. E não digo só em questão de estrutura esportiva, mas principalmente de material humano.
Tanto Thea quanto Julien, se tornaram fagulhas. Agora cabe aos seus governos e populações alimentarem a chama que poderá ser cada vez maior.
Por essas e por outras que os Jogos Olímpicos são o maior evento esportivo do mundo. São milhares de histórias que nos emocionam e nos tocam.
Momentos que são eternizados e que podem até mesmo alterar a história de um país. Isso é mágico e torna as Olimpíadas tão especial.