Uma das notícias mais divulgadas é que, pela primeira vez na história dos Jogos Olímpicos, teríamos o mesmo número de atletas homens e mulheres. Infelizmente, essa equidade não foi atingida. Estimativas apontam que haverá entre 100 e 150 homens a mais em relação às mulheres nessa edição dos Jogos.
Embora o objetivo inicial não tenha sido atingido, essa é a menor diferença da história e um passo importantíssimo em direção à equidade de gênero nas Olimpíadas.
Se tratando da delegação brasileira, pela primeira vez, há um número maior de atletas mulheres, representando 55% da delegação.
E essa notícia é extremamente positiva, pois afirma como o esporte tem o poder de ser um catalisador de mudança na sociedade. Especialmente para as mulheres, que nas primeiras edições de Jogos Olímpicos não podiam nem participar oficialmente - com a primeira mulher brasileira e sul-americana a fazer parte de uma edição dos Jogos sendo Maria Lenk, em 1932. Vemos um avanço no quesito universalidade dos Jogos e a representação cada vez mais pura do olimpismo. Marcos são importantes não só por si, mas para inspirar o futuro e por almejar e, amplamente, divulgar que desejavam equidade em Paris.
O comitê organizador acerta e deixa uma mensagem para o futuro: precisamos nos esforçar para que haja equidade de gênero.
Inclusive, nesta edição, todos os especialistas apontam que a maioria das medalhas brasileiras será conquistada por mulheres durante os Jogos de Paris, mais um marco que será estabelecido em 2024. Essa visibilidade, com certeza influenciará jovens meninas a seguirem o caminho do esporte e a entenderem que elas pertencem, sim, a este meio, caso decidam fazer parte.
Devemos aproveitar que estamos quebrando barreiras para ir além. Precisamos de mais mulheres nas comissões técnicas dos esportes, em cargos de liderança e na gestão principalmente. Um marco tão significativo como o que se vê na delegação não representa tanto enquanto tivermos homens, brancos em sua maioria, encabeçando as confederações e comitês, direcionando o futuro do esporte brasileiro.
É preciso mais. É um trabalho que precisa ser incentivado e buscado por todos que estão envolvidos com o esporte (não só olímpico).